Boates nunca foram muito atrativas para Kihyun. Pessoas bebiam até ficarem débeis, desconhecidos se beijavam de forma pouco higiênica e a falsa simpatia estava presente em conversas entre as mesas. Era barulhento demais e igualmente inútil. Não, ele preferia lugares mais silenciosos, sem bafo de álcool, gente esbarrando em si, fumaça de cigarro e luzes cegantes que piscavam sem parar. E isso sem falar no péssimo estilo musical. Mas ele não tinha muita escolha, afinal era o lugar onde mafiosos marcavam de se encontrar e volta e meia precisava ir para estes locais. Yoo vagou pelas pessoas dançando e pelas mesas de forma tediosa. Uma mulher de vestido roxo decotado e brilhante, sentada em uma mesa com seus cabelos loiros tingidos soltos pelos ombros, ergueu a mão ao lhe avistar e sorriu. Kihyun se dirigiu até a — nem um pouco discreta — mulher.
— Yoo, finalmente chegou. Achei que me deixaria esperando para sempre.
Kihyun se sentou em sua frente. — Eu estava ocupado.
— Claro, eu achei que estivesse. — Anuiu e tomou um gole de seu Martini. — Mas me diz... Como tem estado? Faz muito tempo que não tenho notícias suas.
— Vamos encurtar essa conversa, eu estou com pressa e não tenho tempo a perder. Vá direto ao ponto.
Suspirou. — Sempre com pressa, hein. — Soltou o copo na mesa. — Aceita uma bebida?
— Eu não bebo. — Falou curto, de braços cruzados.
— Ah, é. Eu esqueci que você tem baixa tolerância a álcool. — Deu de ombros. — Enfim. Você deve ter saído do prédio agora. Ele te disse alguma coisa?
Revirou os olhos. — Ele sempre diz. O quanto sou um bom ator e me deu uma missão ridícula.
— E ele não falou nada sobre... um exército?
— Não, ele não me disse nada sobre isso. — Franziu o cenho. — Eu deveria saber de alguma coisa?
A mulher coçou a nuca e olhou ao redor. Kihyun descruzou os braços e aproximou o corpo da mesa, encarando-a. Ela mordeu o lábio e suspirou.
— Tá, olha, eu não deveria te contar isso. É sigilo, se ele descobrir que eu te contei...
— Não sairá daqui. — Prometeu.
Anuiu. — Aparentemente ele está conseguindo aliados e vai usar até seus experimentos se for preciso. Ele não pretende perder dessa vez.
— Você tem certeza? Os experimentos são um fracasso, como ele pode... — Respirou fundo e negou com a cabeça. — Não tem como ele ter conseguido um número tão grande.
— Mas conseguiu e está disposto a tudo. Sinceramente, ele perdeu o juízo a muito tempo, não sei como ainda consegue ficar do lado dele.
— Você não entenderia. — Se levantou. — Mas agora eu realmente preciso ir. Se descobrir algo me ligue, Hye Ryung.
Ela anuiu e concordou. Kihyun deu as costas e novamente se via no meio da multidão, se direcionando para fora do estabelecimento, mas ele notou uma movimentação entranha e de canto de olho conseguiu ver que estava sendo seguido.
— Parece que vou me atrasar um pouco. — Falou sozinho, segurando no cabo da faca que estava escondido em sua manga.
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No prédio de arquivos da Yakuza os Oyabuns já se reuniam. Kenichi Shinoda, o Oyabun da Yamaguchi e Osomuya Tanaka, Oyabun da Sumiyoshi, já estavam na sala onde ocorreria a reunião, no quinto andar. Kenichi em um lado da larga mesa redonda e Osomuya no oposto. Dois seguranças se viam de pé em ambos os lados dos dois Oyabuns, armados e preparados para qualquer fatalidade. O líder da Yamaguchi foi o primeiro a se pronunciar.
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Black X White
FanfictionLim Changkyun é um médico cirurgião jovem e talentoso, levava uma vida monótona até o dia em que um de seus pacientes, em quem acabara de realizar uma cirurgia a menos de duas horas, acordou subitamente, causando escândalo no hospital e, minutos mai...