56: A história de Gun

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O barulho da explosão automaticamente fez os três rapazes se surpreendessem. Kihyun já estava controlado nos braços de Gun e seu raciocínio foi rápido.

— Hoseok. — Disse quase com desespero e se levantou.

Gun também pensou rápido e se levantou, segurando Kihyun antes que ele saísse por aí loucamente. — Espera, você não vai sozinho.

— Kihyun, a fita. — Jooheon falou, preocupado com Changkyun e os outros amigos, mas mantendo a calma.

O rosado controlou seus próprios sentimentos e foi até a mesa, entregando a fita Silver Tape cinza para o Lee. BongIn estava rindo quase descontroladamente e só parou quando teve sua boca calada pele fita. Depois disso Jooheon usou a mesma fita para prender seus pulsos atrás das costas, dando várias voltas. Mesmo o punk não conseguindo mover-se direito, era melhor prevenir. Por fim agarrou o outro pelo braço e o fez se levantar.

— Vamos. — O Nomura ditou, segurando BongIn com uma das mãos e com a outra segurando a arma.

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Quando um Oyabun vai adotar seu Kobun, normalmente são escolhidas crianças órfãs de algum lugar ao qual não farão falta. Pode ser das ruas, de algum contrabando de menores, ou até mesmo de orfanatos, embora essa opção fosse mais complicada. Com Kakuji foi a mesma coisa, e as dez crianças, entre os cinco e sete anos, foram escolhidas. O Inagawa ficava satisfeito por seu filho biológico, ainda no ventre da mulher com quem casara e amava, não precisaria passar pelos testes que os Kobuns eram submetidos.

Normalmente os kobuns, sempre filhos adotivos, eram quem herdavam o posto como Oyabun de uma família, mas somente se este não tiver um filho biológico, o que era o caso de Kakuji. Nessas situações, o kobun era treinado para ser o substituto de seu filho biológico caso aconteça algum acidente, e caso não haja, seu título assumido seria de gerente.

Quando o Inagawa começou a seleção de kobun, ele nunca imaginou que seu herdeiro biológico de fato passaria por um acidente, muito menos que tempo depois sua mulher fosse morta. Como Gun se tornou kobun herdeiro foi realmente uma história trágica, e nada fácil para o pequeno Song, de só cinco anos. Kakuji recém havia perdido o filho e não estava muito receptível para assumir esse papel, de pai, novamente.

Passou nos primeiros testes, juntos com outros seis garotos, mas Vanessa, ainda viva, havia se afeiçoado ao pequeno Gunhee. Na época Satoru já tinha seu kobun definido, Jooheon, e Vanessa, que sempre foi muito amigada ao Nomura e ia muito na Towa, conheceu o jovem Lee. A moça nunca entendeu e muito menos gostou das etapas que as crianças tinham que passar para se tornar kobuns, mas não podia argumentar contra esse velho costume, que não seria mudado tão cedo. Quando sobrou só Gun e outros três garotos, nas últimas fases para a seleção de Kobun, Vanessa estava inclinada a adotar o Song, mesmo sabendo que talvez não fosse justa com as outras crianças que competiam. Seu marido não queria escolher seu kobun por gosto pessoal, mas vendo o quanto a mulher, que recém perdeu o filho, tinha se apegado ao mais novo, ele acabou cedendo ao emocional e estava pronto para escolher Gun independentemente de seu resultado.

A última etapa em que os dois últimos garotos que sobraram competiram, mesmo sem saber que também era uma etapa, foi a da escolha final. Como de costume, lhe eram ofertados a possibilidade de deixar a Yakuza, sem nenhuma punição e ainda com benefícios, ou de permanecer e talvez poder se tornar kobun. O menino que competia junto de Gun escolheu deixar a máfia, e Gun, que também poderia ter escolhido o mesmo, não o fez.

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