12: Descupas

70 16 18
                                    

Jooheon foi levado para o quarto com a ajuda de Shownu e Minhyuk. Seus pulmões ardiam pela água que antes os invadiam, ele se lembrava muito bem dessa sensação. Da sensação de se afogar, de estar preso debaixo d’água, de estar sozinho.

— Pronto. — Shownu o pôs sentado na cama.

Ele podia andar sozinho, mas devido ao susto suas pernas simplesmente vacilavam.

— Obrigado.

— O que aconteceu lá? — Minhyuk perguntou. — A gente viu aquele amontoado de gente cercando a porta e quando nos aproximamos vimos você no chão.

— Eu só me desequilibrei e caí na água. — Mentiu. — Estou bem agora.

Minhyuk e Shownu se entreolharam. Eles sabiam que não era verdade, sabiam do trauma de Jooheon e do motivo dele, mas sabiam também que Lee não deixaria que se preocupassem com ele, não deixaria ninguém ver sua fraqueza.

— Tudo bem, mas é bom você passar a noite aqui hoje, você engoliu muita água. — Shownu sugeriu e se virou para o Min. — Vem, nós vamos deixar você sozinho.

— Mas… — Shownu olhou para Minhyuk e ele entendeu o recado. — Tá legal.

Os dois rapazes saíram do quarto, Jooheon se jogou para trás na cama e fechou os olhos. Tudo aconteceu tão rápido, que nem parecia que havia acontecido. Jooheon se exaltou um pouco, mas ele ficou muito ofendido pelo que Changkyun falou. A Yakuza fazia muitas coisas terríveis e desprezíveis? Sim! Mas não era culpa sua, ele não pediu para entrar para a organização, não pediu para ser Kobun. Talvez ele não devesse ter assustado Chang, só de lembrar do rosto do menor, ele se sentia um pouco culpado. Lim estava com medo dele e talvez devesse ter medo mesmo, talvez ele fosse o monstro que diziam que era.

Lee ouviu batidas na porta e antes de dizer qualquer coisa, Changkyun entrou no quarto. Jooheon se sentou na cama e Lim ficou de pé a sua frente.

— Como você está?

— O que está fazendo aqui?

— Eu vim ver se você estava bem. — Chang estava todo molhado, a única coisa seca era seu casaco vermelho que ele trazia na mão.

Jooheon se levantou. — Eu estou ótimo.

Chang segurou seu pulso antes que ele desse o primeiro passo.

— Não, não está. — Jooheon o olhou. — Eu vi o seu estado, aquilo não foi apenas por ter se afogado.

— Você não sabe nada sobre mim! — Puxou o braço e começou a andar.

— É, eu não sei. — Jooheon parou, ainda de costas para Chang. — Eu não sei nada sobre você, eu não sei nada sobre seu passado, sobre a Yakuza. Eu não sei nada sobre tudo isso. — Chang soltou o casaco no chão e andou até parar dois passos atrás de Jooheon. — Por isso, me desculpa. Me desculpa pelo que eu fiz, pelo que falei. Me desculpa, Jooheon.

— Está desculpado. — Começou a andar novamente, mas Chang não o deixaria ir tão fácil, mais uma vez, ele segurou seu pulso.

— Você está certo quando diz que eu não sei nada sobre você… — Falou. — Então por que não me mostra quem você realmente é?

Jooheon se virou para Chang. — Você não quer saber quem eu sou, nem confia em mim, por que iria querer saber?

— Não é verdade.

— Não é? — Se aproximou de Chang, ele recuou dois passos por instinto. — Então por que está com medo? — Se aproximou mais, Chang recuou mais uma vez.

Black X WhiteOnde histórias criam vida. Descubra agora