60: Caim matou Abel

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De frente para Jooheon e Changkyun tinha um bando de jovens, em torno dos 19 anos, eram em torno de seis e se vestiam como verdadeiros adolescentes. Não pareciam particularmente fortes ou intimidantes, mas confiantes, provavelmente por estarem em maior número. O garoto que xingou Jooheon estava no centro e um passo mais à frente dos outros, não era o mais alto entre eles, mas parecia o mais rebelde. Tinha a pele bronzeada e os cabelos espetados em gel, vestido em roupas largas.

— Você é o Nomura, não é? — repetiu o rapaz. — Jooheon Nomura.

Changkyun ficou apreensivo pela óbvia briga que se iniciaria, mas o Lee ao seu lado parecia tranquilo e nem um pouco surpreso, como se já esperasse por aquilo. — Sim, sou eu.

Os garotos estavam a uma distância considerável, mas seguindo o rapaz do centro, se aproximaram alguns passos, ameaçadoramente perto. — Você deve ser muito sem noção de vir aqui para a Inagawa, depois de tudo que fez.

— Não queremos confusão. — Changkyun respondeu, preocupado com todos os olhares penetrantes em Jooheon.

— E o que exatamente você acha que eu fiz? — Jooheon retribuía o olhar de maneira calma, sem alteração na voz, mas também sem demonstrar intimidação, o que deixou o rapaz desconfortável.

Ele deu uma risada no fundo da garganta. — Vocês ouviram isso? — disse para os garotos, que o acompanharam em uma quase falsa risada. O garoto se voltou com o olhar forte para o kobun. — Você travou guerra contra essa família no momento em que abandonou Gun para morrer.

Jooheon suspirou. — Você estava lá?

— O que? — o garoto franziu o cenho, confuso e incrédulo com a pergunta.

— Eu perguntei se estava lá quando isso aconteceu. — Jooheon permanecia com um tom calmo, mas Changkyun sentiu certa ferocidade em sua fala. — Você por acaso viu isso acontecer?

O garoto riu. — Eu não preciso ver para saber, todos sabem disso.

— Eu não me importo com o que você acha que sabe, não vim aqui atrás de problemas, e sugiro que você não procure um.

— Isso é uma ameaça? — o rapaz se aproximou mais, parecendo irritado, e os seus acompanhantes começaram a os cercar em um U quase perfeito.

Jooheon estendeu o braço e empurrou levemente Changkyun para trás de si, afim de lhe proteger. — Não é uma ameaça, é um aviso. Não vim aqui para atacar ninguém, mas me defenderei se for preciso, e vocês não vão querer arranjar briga comigo.

— Por que você é um kobun? — um outro garoto mais alto, perguntou com aspires, puxando um canivete do bolso, assim como outros também o faziam.

— Porque já lutei contra muito mais gente e muito mais perigosos do que vocês.

A fala pareceu causar certo medo nos garotos, que tentaram não demonstrar, mas continuavam com confiança, convictos que seis contra um mafioso e meio seria algo muito fácil. O então U ao redor deles se fechou em um círculo e Jooheon, embora parecesse calmo, segurava o pulso de Changkyun, levemente atrás de si, com certa força. Isso não pareceu passar despercebido pelo garoto moreno, que sorriu como se estivesse com a vantagem. — Pode ser que seja verdade, mas tenho certeza que na ocasião não tinha que se preocupar com a segurança do seu namoradinho.

O coração de Jooheon palpitou em preocupação e com os canivetes nas mãos, dois garotos avançaram contra Changkyun, mas pararam ao ouvir uma exclamação alta e severa, de uma voz mais do que familiar.

— Já chega! — todos olharam para trás, era Gun, com uma expressão quase mortífera no rosto, calma como se estivesse tudo sob controle, mas voraz como um chefe insatisfeito. — Se afastem dos dois.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now