35: Adeus e até logo

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Changkyun assim que voltou do hospital notou o clima pesado da casa. Hoseok comia em silêncio na cozinha e, mesmo tentando disfarçar, parecia deprimido. Hyungwon ainda dormia e quando Chang perguntou para Gun sobre Kihyun ele apenas respondeu que tinha saído. O Lim logo deduziu que eles haviam brigado e se sentiu mal por pensar que a culpa era sua. Só haviam quatro camas na casa e, mesmo Kihyun não estando, ele preferiu dormir no sofá. Gun protestou, mas Chang afirmou que não dormiria na cama de Kihyun. Isso seria extremamente desrespeitoso.

No dia seguinte todos tiveram que acordar cedo. Hoseok resolveu que iria para a faculdade e Changkyun falando que ele precisava de repouso não o fez desistir da ideia.

— Você precisa descansar, Hoseok.

— Eu preciso ver o Minhyuk.

Chang franziu o cenho. — O Minhyuk?

Eles estavam sentados no sofá da sala.

— Você não soube ainda? — Lim negou. — Eu e Minhyuk estávamos namorando.

— Eu soube sobre a relação de vocês, mas não achei que estavam a sério. — Se surpreendeu. Geralmente ele notava essas coisas, mas ele nem imaginou que os dois estivessem juntos mesmo. — Eu achei que ele e o Shownu... Você sabe.

Wonho baixou a cabeça. — É, na verdade o Shownu gosta dele e isso deu bastante trabalho.

— Por isso vocês terminaram?

Negou com a cabeça. — Não, a gente estava bem, mas... — Suspirou. — Ele tinha me contado que era da Towa e tal, mas eu não contei que era da Inagawa.

— E por que não?

— Bem, foi na época do seu sequestro, então eu fiquei com medo. Sabe, ele estava muito preocupado e mal por isso e eu não queria dizer: "Oi, eu sou o Wonho da Inagawa e seu amigo foi sequestrado e está lá em casa, enquanto você está chorando aqui". — Bufou. — Além disso, mesmo que eu quisesse contar, não poderia. Eu gostava de Minhyuk, mas estaria pondo em risco não só a missão, mas principalmente os meus amigos. Eu não poderia trair minha família.

— Isso é péssimo. — Chang falou com certo dó.

— Eu até já tentei contar para ele, mas nunca consegui. Eu estava enlouquecendo entre arriscar meu relacionamento com Minhyuk ou arriscar todo o resto. Mas nada disso importou no final, porque ele descobriu da pior forma possível.

— Ele te viu na missão no prédio da Yakuza. — Deduziu e Hoseok anuiu. — Sinto muito.

Deu de ombros. — A merda já foi jogada no ventilador, agora eu tenho que aguentar e tentar concertar.

— Você não acha que talvez Minhyuk precise de um tempo? Ele pode não querer falar com você agora.

— Talvez, mas eu preciso pelo menos tentar.

Suspirou e anuiu. — Tá legal, eu não acho que vou conseguir te impedir, de qualquer forma. Mas pelo amor de deus, se alguma coisa acontecer você me liga.

— Pode deixar. — Sorriu e se levantou, pegando sua mochila e saindo.

Chang se encostou para trás no sofá e pegou o celular do bolso do casaco, desejando ter salvo o número de Minhyuk, Shownu e Jooheon. Só de pensar em Jooheon já se lembrou de tudo o que ele lhe falou antes de ir embora. Desde quando Chang levou ele e Shownu para o aeroporto e eles se beijaram, ele soube que sentia algo por Jooheon e reencontrá-lo depois desse tempo longe despertou um desejo estranho em si e sabia que o outro estava da mesma forma. Changkyun sabia que estava rolando alguma coisa entre os dois, mas não imaginou que ficaria tão estampado assim. Não esperava que Jooheon iria se mostrar tão... apaixonado. E ele mesmo não compreendia como ele mesmo se sentia, principalmente com Gun no meio. Chang estava ciente que fora ele que havia o beijado no dia da creche, e também que de alguma forma se atraia por ele, mas não entendia como e nem porquê. Agora ele se sentia no lugar de Minhyuk e descobriu ser pior do que ele imaginava. Só o que ele precisava era de um tempo para pensar.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now