41: Quando se está a beira da morte

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 Hyungwon tentou dialogar com seus superiores e tentar chegar a um consenso, mas ninguém parecia lhe dar ouvidos, mesmo com seus argumentos convincentes. Conseguiu falar com um líder do concelho, porém, também não teve resultados frutíferos. Apenas palavras não eram suficientes daquela vez, então ele tentou fazer o que estava ao seu alcance e foi falar com Kakuji. Para a sua sorte ele estava no bairro da Inagawa, e não viajando ou ausente como na maioria das vezes.

Kakuji não parecia necessariamente tenso, mas estressado e sem paciência alguma. Hyungwon foi cauteloso com suas palavras.

— Eu te chamei aqui para lhe informar sua nova missão, mas parece que você também tem algo a me dizer. — Kakuji dizia sem seu tom despreocupado de quase sempre. — Vá em frente.

— Então. — Hyungwon começou. — Eu soube da decisão do concelho em ir atrás de Minhyuk.

— Sim, você entrou em contato com eles para os convencer do contrário, eu soube.

Anuiu. — Bom, você sabe que estou aqui para tentar fazer o mesmo com você, mas ainda não sabe meus argumentos.

— Se fosse outra pessoa, eu não iria permitir que dissesse uma única palavra, mas como é você, Chae, eu permito que se expresse. — Disse com certa lerdeza. — Afinal você sempre teve bom senso, portanto sei que não está pensando em nenhuma besteira.

— Certamente. — Se sentou melhor na cadeira daquela longa mesa de reuniões. — Eu sei muito bem que o senhor tem a consciência de que eu e Minhyuk já fomos amigos um dia, e sei que o senhor pode achar que esse fato pode ser a influência para meu pedido, mas não leve isso em consideração. — O Oyabun prestava atenção — O problema vai além de qualquer relação pessoal que possamos ter, e esse é o menor dos meus, e dos seus problemas.

— Desenvolva. — Pediu, gesticulando com a mão.

O Chae respirou fundo e continuou, com a maior calma do mundo. — A Yakuza finalmente está dando maior importância para os atentados chineses que veem acontecendo cada vez com mais frequências, e isso é bom, porém, os atentados não só têm aumentado as prevenções e cuidados na Yakuza, como também tem aumentado o desespero entre os clãs, membros e líderes. O medo está fazendo com que a Yakuza inteira tome medidas exageradas e desnecessárias. Estamos com medo de que nossos membros morram e então matamos nossos próprios membros para garantir a segurança deles mesmos. O senhor não vê uma falha nisso?

— Não me importa, quem está perdendo seus soldados é Satoru, e não eu.

— Isso é uma questão de tempo. — Hyungwon falou firme. — Esse é apenas o começo. Primeiro, um membro rival morre, e então? Isso desencadeará uma série de eventos que manterá a todos distraídos demais tendo suspeitas um dos outros e nos deixando completamente cegos e a mercê do exército de Yang Fai Lin.

— Você está exagerando. — Sorriu de canto, debochado.

Se Hyungwon não fosse muito calmo e controlado, ele estaria gritando na cara do seu superior agora mesmo, mas ele sabia como ser influente, então respirou fundo. — Senhor, quantas foram as vezes em que eu me precipitei? — Perguntou retoricamente. — Eu entendo muito bem a situação em que está. Seu filho biológico foi por espontânea vontade para a Towa, manchando sua imagem, seu orgulho e sua autoridade, portanto é seu direito estar irritado e querer de alguma forma dar o troco. Matando Minhyuk, um dos melhores atiradores, não só da Towa, mas da Yakuza, você pode achar que está se vingando e que é um preço pequeno a se pagar, mas infelizmente, senhor, você fez seus cálculos errado. Se Minhyuk morrer, a Towa não estará só perdendo um membro, e sim a Yakuza inteira que estará perdendo uma forte arma contra essa guerra. Não podemos nos dar ao luxo de agir de forma tão imprudente por motivos pessoais e, acredite, eliminando Minhyuk, você não estará afetando Satoru, apenas provando a ele que você foi afetado.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now