59: Um anjo chamado Changkyun

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A cirurgia foi arriscada por diversos motivos, e um deles era o fato de não ter nenhum cardiologista para ser chefe ali, o que tornava Changkyun o mais apto, sendo cirurgião geral, mas não o ideal. Além disso, sua equipe contava com uma enfermeira, dois cirurgiões gerais (sendo ele próprio um deles) e um neurocirurgião. Nada de anestesista, circulante, instrumentista, ou auxiliar, o que tornava tudo mais complicado.

O tanto de coisas que poderiam dar errado eram alarmantes, e as probabilidades de sucesso não eram grandes, mas o que Changkyun pudesse fazer para ajudar, ele faria. E do lado de fora daquela sala, Nala e Naomi tentavam fazer os primeiros socorros dos outros quatro membros feridos, e com primeiros socorros quer dizer tentar estancar o sangue e se esforçar para que nenhum deles acabasse morrendo em um piscar de olhos.

Na cirurgia atual, complicações surgiram, o projétil transfixou seu braço direito e penetrou no tórax. O exame apresentava pressão arterial de 110 X 80 mmHg, pulso 80/min, com dreno tubular em cavidade pleural direita, sinais de fratura do úmero, com ausência de pulso radial e ulnar à direita. As radiografias mostraram fratura supracondiliana do úmero direito, dreno tubular no espaço pleural do mesmo lado e a presença do projétil superpondo-se à silhueta cardiovascular. Em função de apresentar lesão da artéria umeral direita, foi submetido à cirurgia de emergência para reconstrução da mesma com enxerto de veia safena autóloga e, ao mesmo tempo, realizado o tratamento cirúrgico da fratura. O processo levou certo tempo, e ao final da cirurgia houve uma parada cardíaca. Shin, mesmo sendo enfermeira, tomou seu lugar como anestesista provisória e logo injetou adrenalina para a reanimação, que felizmente funcionou. A cirurgia aparentou correr bem, mas não era possível uma conclusão exata ainda, ele precisaria ficar de repouso e observação.

Changkyun e DongBae carregaram ele para fora da sala cirúrgica em uma maca, enquanto o restante limpava e arrumava tudo para o próximo paciente. Assim que a maca adentrou na sala onde os membros da Towa e Nala estavam, a kobun imediatamente se levantou e correu até eles.

— Como ele está? Ele vai sobreviver? — Nala parecia nervosa e abalada, mas se mantinha firme.

— A cirurgia correu bem, mas precisaremos esperar para ver como seu corpo vai reagir a isso. Ele precisa ficar de repouso e em observação.

Nala pareceu brilhar de esperança. — Então ele vai ficar bem, não é?

Chang sorriu de canto. — Possivelmente, mas como eu disse, teremos que esperar para ver, e eu não vou mentir... ele ainda corre risco.

— Eu vou levar o próximo. — DongBae falou, deixando o Inagawa e a kobun conversando enquanto este se apressava para o próximo paciente mais ferido. Naomi o ajudou a pôr na maca.

— Nala, não podemos o deixar aqui, precisamos levar para outro lugar em que ele possa ficar em repouso. — Chang alertou.

A garota anuiu. — Eu levo ele para a mansão.

— Não, eu não acho que seja um bom lugar nesse momento — Changkyun pareceu pensar e então pegou o celular, procurou na lista telefônica e chamou. — Oi, Gun, estão todos bem?

Quase todos, tem alguns feridos e outros mortos. — o Song respondeu, dando para ouvir ao fundo grande balburdio. — E por aí?

Chang passou os olhos rapidamente pelos membros deitados nas camas. — Ainda em andamento. Mas eu liguei porque precisamos levar os membros para outro lugar, e acho que a enfermaria da mansão não é uma boa ideia agora.

Não mesmo. Podemos levar eles para a Inagawa, lá tem um posto de saúde que você pode usar.

— Foi no que eu pensei. Você poderia vir até o hospital e ajudar a Nala com isso? Eu te passo as informações por mensagem.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now