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• Nicolly🧚‍♀️ •

Minha cabeça já estava explodindo de tanto doer. Eu estava ali no chão do meu quarto amarrada e só chorando pra caralho.

E o que mais pesava era saber que o meu pai sabia que eles viriam e nem se quer moveu um dedo pra me tirar de casa. O meu próprio pai simplesmente sumiu me deixando na mão de vários traficantes.

Quando eu vi fui surpreendida com uma cara entrando armado no meu quarto e naquela hora a minha única reação foi tentar correr, mas senti a mão dele sobre o meu cabelo e logo em seguida eu fui parar no chão. E eu só queria que esse inferno acabasse logo.

- Tu é mó princesa né, aposto que os caras ficam doidos a fim de tu. - Fechei meus olhos deixando as lágrimas correrem novamente e senti a mão dele sobre as minhas costas.

Tentei me afastar mas ele veio me puxando com mais força ainda pra perto dele e passou a língua no meu pescoço.

E eu só sentia nojo de mim mesma por não conseguir fazer nada, não consegui sair daqui.

Eu estava trancada nesse quarto com esse menino há horas e ele sempre tentava alguma coisa, mas eu sempre me esquivava dele

Eu só torcia pra alguém entrar ali e me tirar desse inferno.

Vi a porta do meu quarto se abrir e olhei assustada olhando pro homem que todos os meninos chamavam de chefe. Ele estava com uma máscara que cobria todo o rosto, mas eu podia ver em seus
olhos um olhar de ódio.

- Que porra tá acontecendo aqui Nk? - Falou alto e o menino se afastou de mim.

Nk: Nerá nada não pô, fica de boa.

- Qual foi, tu tá querendo meter o loko pro meu lado Nk? Se tem uma parada que eu não permito é força as minas a fazer o que elas não querem. Ainda mais a menina que tá de refém. E tu vem de caô pro meu lado.

Nk: Pô foi mal Zl, não vai acontecer de novo.

Zl: Não vai não! Assim que nós chega no morro tu vai pra salinha. Quero ver se lá tu é homem de pra força mulher as fazer as paradas.

Não era a ajuda que eu esperava receber, mas me salvou das mãos daquele homem.

Ele falou mais umas coisas com o menino que saiu dali bolado e veio na minha direção, tirou a fita da minha boca e me puxou me colocando na minha cama

Zl: Quer alguma coisa? Água, comida. Sei lá... tu há horas sem comer e nem beber nada.

Nicolly: Eu não quero nada de vocês.

Zl: Suave pô. - Fez legal com a mão. - Eu só ofereço uma vez, comigo não tem essa de fazer pirraça não. Fica na ativa aí que já já a gente tá partido

Nicolly: Como assim? Vocês vão me levar com vocês? Pra onde a gente vai? - Perguntei várias coisas de uma vez e ele me olhou enquanto abria a porta do meu quarto.

Zl: Vamo da um passeio por aí até o seu pai resolver aparecer. E ah... reza pra ele não demorar!

Ele falou isso e logo bateu a porta do meu quarto me deixando sozinha ali. Eu estava tonta e cansada, não tinha nem forças pra tentar gritar ou tentar fugir, sei lá.

Me encostei na cabeceira da cama e tentei me acalmar mesmo que sendo impossível e depois de um tempo o mesmo menino que tentou me agarrar entrou no quarto.

Ele desfez o nó da corda que me amarrava me levantou segurando meu braço e logo em seguida eu só senti um peso na minha cabeça.

Ele tinha me dado uma coronhada com a arma dele e depois daí eu não me lembro demais nada.

▪ ▪ ▪

Acordei sentindo tudo rodando, minha cabeça doía e eu já logo sentir uma vontade enorme de chorar novamente. Abri mais os meus olhos vendo que eu estava em quarto, ele tinha pouca luz, mas dava pra ver algumas coisas por conta da luz que vinha da rua. Olhei pros lados tentando me levantar, mas assim que vi. Eu com a mão esquerda algemada na cama.

Impressionante o quanto as coisas só pioravam.

Escutei várias vozes vindo do lado de fora e logo em seguida a porta se abriu e a luz forte refletiu sobre o meu rosto me fazendo fechar os olhos rapidamente por conta da claridade.

- Achei que eu nunca mais iria te ver Nicolly, mas graças ao seu pai esse encontro aconteceu novamente. - Ouvi aquela voz grossa e olhei pra ele vendo que era o Vh.

Um cara que meu pai colocou na cadeia há anos, eu era nova na época, mas mesmo assim me lembro bem.

Nessa época eu fui jurada de morte várias vezes, tive que estudar fora do país, por não poder sair na rua já que meu pai tinha prendido um dos maiores traficantes de Heliópolis...

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora