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• Nicolly🧚‍♀️ •

Passei o dia todo dentro do escritório do meu pai organizando tudo mesmo, não tinha mais nenhuma utilidade nada disso que estava aqui, então não tinha o porquê eu guardar nada disso.

Queimei várias coisas, passei todos os arquivos do notebook pra um pen drive e queimei ele. Eu não queria nada que me ligasse a tudo isso que o meu pai fez, tinha muita coisa ilegal ali no meio disso tudo, e eu nem quis entrar em detalhes, só me livrei de tudo e pronto!

Eu sinceramente nem sabia se eu ia continuar morando aqui, nasci e cresci aqui, mas eu não sinto mais vontade de continuar aqui. E sem contar que essa casa é enorme só pra mim, então eu nem sei mais o que eu faço.

Maria: Você vai mesmo procurar esse homem depois de tudo o que ele te fez Nicolly? - Eu concordei com a cabeça, tirando meu celular do carregador.

Nicolly: Ele sempre quis esses papéis, não quis? Pronto! Eu vou lá entregar e fica tranquila que eu não vou procurar o Zl.

Nicolly: Colaborando não! Apenas pondo um fim nessa guerra toda, fica de boa que eu sei o que eu tô fazendo tá bom. - Beijei a testa dela e ela me abraçou. - Tenho que ir porque me uber já está chegando.

Ela foi me acompanhando até o carro de aplicativo e eu fui saindo. Eu nem sei o porquê de eu estar indo entregar esses papéis pro Vh mesmo depois de tudo isso. Mas eu acho que eu só ficaria com a mente mais tranquila depois de acabar com tudo isso.

Eu não consigo sentir ódio, raiva ou qualquer sentimento ruim pelo Vh mesmo depois do que ele fez com o meu pai. E muito menos do meu pai, porquê esse tiro só pegou em mim porque a demente aqui deu de salvar o cara que me sequestrou.

Paguei o moço e fui saindo e vendo que todos os meninos que estavam ali na entrada me olharam feio. Foi um show todo pra me deixarem subir, na verdade foi graças a um menino que teve um boa vontade de acionar o Vh no rádio, que no mesmo instante que soube que eu estava aqui liberou a minha entrada e ainda mandou um dos meninos me levarem.

Vh: Esperava qualquer um aqui menos você. - Falou enquanto bolava um cigarro e eu me sentei na cadeira que tinha ali na frente dele.

Nicolly: Vim te entregar o que é seu, não tinha motivo nenhum de ficar guardando isso comigo. - Ele me olhou e eu entreguei a pasta pra ele.

Estava tudo lá, e como eu sou curiosa eu quis ler pra saber o porquê que o Diego queria tanto esses papéis. Além da lista de crimes que ele já cometeu, tinha uma carta, não entendi bem mas era tipo uma delação e nela estava não só o nome do Diego como também o nome de muitos outros líderes de diversas facção de São Paulo. Fora mais outros crimes e diversas outras coisas, que caso algum dia esses papéis caíssem na mão da polícia o Vh não sai da cadeia nunca mais e além dele vários outros homens.

Nicolly: Era só isso mesmo eu sei que mesmo depois da morte do meu pai com certeza você ainda iria querer esses papéis, eu só queria acabar com tudo isso. - Fui me levantando, só queria ir embora logo, estranho demais voltar aqui depois de tudo. - Já vou indo... 

Vh: Valeu aí pô, sei que tô no erro contigo mas a minha intenção era só o teu pai, tu nem nos planos estava. Foi mal aê. - Dei um sorriso meio sem entender porque eu juro que eu não esperava ouvir isso dele. - Zl tá lá em cima. Caso tu queira ir falar com ele. - Acendeu o cigarro eu balancei a cabeça em negação.

Nicolly: Eu quero esquecer de tudo o que aconteceu todo esse tempo, e o Zl é um deles. Vou indo tá....

Vh: É só subir a escada a tua direita. Ele tá lá sozinho. Caso tu queira ir lá. 

Abri a porta saindo dali e de longe os meninos já me encararam. Ia descer, mas sabe quando tu tá afim de ir até o fim merda que você mesma começou? Eu já estava fudida em diversas partes e ir falar com o Zl não ia nem piora ou melhorar nada. 

Fui indo em direção a escada enorme que tinha ali, parecia até que ia para o céu de tão grande. Cada degrau que eu subia parece que meu coração ia sair pela boca, um frio na barriga misturado com um nervoso que chegava até me dar falta de ar. Já tava até vendo a minha ansiedade batendo aqui. 

Quando eu cheguei no último degrau subindo pra laje, já vi ele sentando se costas fumando na maior calma. Filho da mãe estava todo posturado como sempre.

No mesmo instante já bateu aquela, voltar pra trás e fingir que nem aqui eu vim ou ir lá nele? O nervosismo de saber como seria a reação dele me deixava cada vez mais nervosa ainda....

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now