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• Zl🃏•

Era estourado mesmo, em relação a qualquer coisa. E em momento nenhum a Lúcia mentiu sobre eu colocar a Suellen contra parede, aperta o braço, grita e esses caô todo. Nunca levantei a mão pra bater, mas eu fazia isso sim.

Pra Nicolly eu sempre tentei mostrar o meu melhor lado, as vezes não conseguia, mas ao contrário do que eu era antes, eu mudei pra caralho. E foi por ela.

Eu era isso tudo que a mãe Lúcia falou, e em algumas partes eu ainda sou. Mas com a Nicolly, não existe o mesmo Zl da rua. Com essa doida aí eu sou só o Vinicius, que é apaixonado pá porra por ela.

As horas foram passando e geral deu o seu depoimento, e como eu já imaginava, o julgamento se estendeu por mais um dia e hoje seria mais pra ler a sentença mesmo.

Juiz: Apresente - se o réu no centro do plenário. - Me levantei junto do meu advogado e eu fui pra onde ele pediu. - Permaneçamos todos de pé para a leitura da sentença.

Olhei pro lado vendo geral se levantar e na primeira fileira a Nicolly estava lá, com maior cara de choro, rosto todo vermelho.

Juiz: Observo que o réu Vinicius Felipe da Silva, sua personalidade revelou - se estipidamente violenta. Além de ter associação com o tráfico de drogas e também com a maior facção criminosa do Brasil, Vinicius também assassinou e torturou a sangue frio, Suellen de Oliveira, sua ex mulher. E como todos viram, disse não se arrepender de nada. Além de assumir também que teve sim envolvimento no sequestro de Nicolly Campos. Onde a manteve em cárcere privado por 16 dias. E sendo assim, não é justo que parte do disvalor deste, não repercuta sobre o ato. Julgo procedente os pedidos, e condeno, Vinicius Felipe da Silva, respectivamente há 19 anos, 6 meses e 9 dias de reclusão.

Juiz: Agradeço ao Dr.Promotor de justiça e ao Dr.Defensor, pelo comportamento e pelas palavras a mim dirigidas. Agradeço também à polícia Militar, aos servidores desta casa, ao público presente e, finalmente, agradeço aos senhores jurados, pela presença e pelo cumprimento do dever. Declaro encerrada a sessão!

19 anos pô, achei que ia ser mais, mas tá suave. Vou cumprir nem a metade disso aí.

Encarei o Sérgio e assim como ele sorria debochado e eu sorri de volta apontando dedo pra ele logo em seguida.

Vieram dois policiais na minha direção pra me guiarem até a saída. Fui saindo com eles, mas nem demorou pra escutar a gritaria da Nicolly logo atrás.

Nicolly: Tira a mão de mim! - Gritou chorando enquanto tentava se soltar dos polícias que seguravam ela. - Vocês não tem o direito de encostar a mão em mim. Me solta agora! - Falou firme.

Eles soltaram ela no mesmo instante e a primeira coisa que ela fez foi vir na minha direção. Ela chorava mais ainda enquanto me abraçou. Passei a mão no cabelo dela e segurei o rosto dela logo em seguida, fazendo com que ela olhasse pra mim, o rosto dela estava todo vermelho e os olhos inchado.

Zl: Fica bem, jaé? Não esquece que você prometeu que iria se cuidar, então se cuida e cuida dessa criança que ainda tá aí na tua barriga. - Passei a mão no rosto dela. - Não deixa esses bagulho te abalar não.

Nicolly: Eu não vou conseguir Vinicius. Eu preciso de você aqui comigo. 19 anos, cara...

Zl: Tá ligada que eu nem vou cumprir isso tudo de pena né? Mas eu também não sei por quanto tempo eu vou ficar preso, então, por mais que pra você seja difícil, só segue a sua vida se ligou? Imagina se você for ficar me esperando por esse tempo todo. Tu é a Nicolly Campos, pô, tem porque ficar com o seu nome ligado com presidiário não. - Sorri fraco.

Nicolly: Não me pede isso. Você sabe que independente do tempo, eu sempre vou estar te esperando, independente de quantos anos sejam. Eu sempre vou te amar Vinicius.

- Já se despediram? - Falou impaciente.

Zl: Se cuida jaé? Tô de olho em você e seu eu souber que você tá tomando remédio de novo, vou logo mandar alguém cortar o teu cabelo. - Beijei a testa dela. - Bora? - Falei com os caras.

Dei um último abraço nela, e beijei a testa dela vendo ela se encostar na parede, me olhando, mas logo em seguida a Tainara apareceu e abraçou ela.

Zl: Aí. - Chamei a atenção dela, que me olhou. - Te amo pra caralho. - Sorri.

Nicolly: Eu também te amo muito... - A voz dela falhou.

Me virei de costas pra ela e fui saindo com os caras. Tinha nem necessidade de me algemarem, mas pra fazer graça pra mídia, eles fizeram questão de colocar.

Na mente só passava a Nicolly, papo reto. Meu medo é o que ela possa inventar de fazer com ela mesma.

Ela paga de forte, de que tá bem, mas é na frente dos outros, sozinha ela muda totalmente. Espero que pelo menos essa criança aí faça ela mudar os pensamentos dela.

Meu maior medo é perder essa menina... Cê é doido.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora