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• Nicolly🧚‍♀️•

Andei, subi escada, dancei que nem uma condenada mas parecia que era em vão, as dores iam aumentando mas eu só focava em controlar minha respiração o que ajudava um pouco. Fui no Burger  King que tinha aqui perto do hospital pra comer algo mas quando eu fui comer me deu um enjôo enorme. Nada descia, fiquei alguns minutos sem comer ou beber nada mas depois comi só uma casquinha.

Voltei para o hospital andando mesmo pra ajudar na dilatação e fui fazer o toque para ver quantos centímetros de dilatação eu estava, eram sete centímetros, o que me aliviou, porque faltava pouco, mas a dor já estava ficando insuportável.

Fui para debaixo d'água morna e o Vinicius foi me ajudando e conversando comigo, tentando me acalmar.

Nicolly: Sai de dentro de mim logo Manuela, eu nunca te pedi nada. Pelo amor de Deus, tá tudo doendo em mim! - Choraminguei passando a mão na minha barriga.

A água quente foi resolvendo bastante, aliviou bem as dores e eu também não podia negar em como o Vinicius está me ajudando bastante, tadinho, às vezes chega num ponto que dói tanto que eu acabo xingando até ele, mas com ele perto de mim eu me sinto mais tranquila.

Coloquei só o meu roupão mesmo me sentei na bola de pilates e fiquei fazendo movimentos rotatórios ali enquanto passava a mão na minha barriga. Perdi até às horas de quanto tempo eu fiquei ali. Mas fiquei aliviada quando a obstetra disse que eu estava com nove centímetros de dilatação.

Meu parto ia ser na água, estava combinando isso há meses, fazendo acompanhamento certinho pra conseguir ter o meu parto assim.

Era pra ser no mesmo hospital que o Pedro nasceu mas como não vai da, além de fazer diversos exames em mim à obstetra daqui ligou para a  doutora Kelly, que passou todas as informações para ela, e disse que o meu parto poderia ser assim. E além de ter diversas vantagens eu sempre achei esse parto lindo!

Nicolly: Eu não sei se eu vou ter força pra isso, agora fudeu. - Falei respirando fundo e Zl riu.

Zl: Lógico que vai pô, mas se você ver que não tá conseguindo, fala pras enfermeiras que você quer que apliquem a anestesia em você. - Concordei sentindo ele fazer massagem nas minhas costas.

A médica veio nos chamar e eu quis ir andando mesmo, já tinha rodado esse hospital todo, andar até a sala de parto não ia ser nada.

A sala de parto era à meia luz, e tinham um aromatizador ligado ali, o que deixava um cheiro ótimo de lavanda na sala, a banheira já estava cheia e com várias pétalas de rosas lá dentro. As únicas dentro da sala além de mim e o Vinicius era a doula, a enfermeira, que se ofereceu para tirar algumas fotos pra mim já que o Vinicius ia me ajudar no parto, e a médica. Pensei umas vinte vezes se pedia a anestesia ou não, meu medo é a Manuela sair me rasgando toda. A dor vai ser fodida.

Mas aquela vontade passou assim que eu entrei na banheira, a água estava quentinha e a sensação de relaxamento ali dentro era surreal. Zl se sentou na borda da banheira e eu me encostei nele, apoiando meus braços nas pernas dele.

Zl: Fica tranquila, jaé? - Falou no meu ouvido.

Nicolly: Tenta ficar também, você tá mais nervoso que eu. - Falei rindo e ele riu também.

Senti um vontade de fazer força naquele momento, foi involuntário, eu só senti e apertei as mãos do Vinicius. Doía mas não era uma dor absurda, sei lá, parece que a água deu uma amenizada.

Zl: Né pra arrancar a minha mão também não Nicolly, caralho. - Balançou a mão assim que eu soltei ela.

Nicolly: Vinicius cala a boca, fica quietinho! - Falei vendo às meninas olharem pra gente. Mal sabem elas que isso entre a gente é normal, a gente mais se xinga do que chama de amor.

Eu fazia força sempre que a vontade vinha e sempre com a doula me auxiliando, mas parecia que eu estava fazendo qualquer coisa menos esta em trabalho de parto. O Vinicius conversava comigo e eu dava até risada de algumas coisas que ele falava.

Nicolly: Vinicius fica caladinho, para de graça. - Falei querendo rir.

Zl: Eu não tô mais sentindo a minha mão, olha como que tá. - Mostrou a mão toda vermelha e eu ri.

Nicolly: Nem num momento desses você leva as coisas a sério. Que ódio! - Dei risada sentido a dor vir novamente.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora