90

23.5K 1.4K 309
                                    

• Zl🚀•

A pergunta da Nicolly ficou na minha cabeça, era a primeira vez depois de anos que eu me perguntei se eu realmente ia querer ser pai de novo! Fui até grosso com ela, coisa que eu não gosto, mas é que eu nem sabia o que responder. 

Eu nunca quis ser pai, e se eu mudei de ideia foi quando eu vi o Henrique pela primeira vez, ele tinha três meses. Na hora que eu vi ele ali, menorzinho era a minha copia, fiquei todo bobo. Foi aí que eu mudei de ideia. Mas depois de tudo, o meu pensamento voltou de novo.

Pra falar a real, eu não querer outro filho é mais trauma por tudo o que aconteceu mesmo, porque a morte do Henrique é um bagulho que me atormenta até hoje, às vezes eu tô suave e vem as lembranças dele brincando, me chamando de pai, mas aí vem também eu pegando ele no colo, morto. E pô, isso fode com a minha mente.

Nunca fui o melhor pai do mundo, sei disso, mas eu sempre tentei dar o meu melhor, e mesmo assim não conseguia. Imagina então ter outro filho, ter que saber conciliar tudo na minha vida só pra pode dar atenção, ser presente na vida dele. 

E eu quero sim fazer dar certo com a Nicolly, é claro que ninguém namora com ninguém pensando em terminar. E se eu coloquei a Nicolly na minha vida é porque eu quero fazer dar certo! Mas esse sonho dela ser mãe aí, eu não vou poder realizar não!

Sai da casa dela, o dia já estava quase amanhecendo, passei nem em casa não, tomei café na padaria que tem perto da boca, e de lá fui subindo pra colocar esses cara pra trabalhar. Vh tá voltando aos poucos, a base dos surtos da Luciana, mas tá voltando. Enquanto isso quem tem que colocar moral sou eu. 

Té: Fala comigo, rei delas. - Falou brincando e eu me aproximei dele fazendo toque com ele e mais uns dois caras que estavam embalando as mercadorias. 

Zl: Tô comprimissado pô. - Bati na cabeça dele e só vi ele reclamar enquanto passava a mão onde eu bati. 

Dinho: Quem te viu que tem vê em Zl, mas pelo menos agora aquelas doida para de ficar brigando por você, pelo morro. Num aguentava mais ficar separando briga dessas doida. Saia todo arranhando e a minha dona já cismava logo que tava traindo ela. 

: Só vão brigar por mim agora pô, vai ficar mais fácil pra tu agora.

X1: A única que brigava por tu aqui era a sua mãe, quando alguém te chamava de feio menó, mó mentiroso. - Gastou a onda legal e nessa eu tive que zoar. 

: Tua irmã não tava reclamando de mim não pô, papo reto. - Falou sério e o X1 já começou a xingar. 

Dinho: Isso aí é verdade porque eu tava com ele no dia em que a tua irmã deu ideia nele. - Jogou mais lenha na fogueira e eu só sabia rir. 

Té: Aí, tô mentido? Vacilão, sou lindão pô, Zl é galã de novela, o sonho de consumo das novinha? É! Mas eu também sou, meus amores, o que mais tem aí e nega brigado por mim, esquecee. 

Zl: Porra, seis é foda em. Mas aí, bora trabalha que é a mesma de sempre e seis já tão ligado, jacaré parado vira bolsa de madame. Se dar corda seis nem trabalhar, trabalha. - Cortei a onda logo, se de confiança ninguém faz nada. 

Chamei o Té pra ir resolver um b.o de cobrança comigo e nem demorou pra ele aparecer pra gente ir. Ajeitei só o fuzil nas costas e fui descendo com ele. Nem gosto de andar com arma a mostra por aqui por causa das crianças, principalmente. 

É nessa que os menó ficam vangloriando essa vida, como se fosse futuro pra alguém. Se tem uma coisa que eu sei, é que tudo que vem fácil, vai fácil. Uma hora a casa cai pô. Já tentei sair dessa porra, mas é um bagulho que namoral, tem jeito de eu sair mais não. 

Mas é aquelas pô, aguenta a rebordose, porque uma hora a conta vem... e vem cara!

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now