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• Nicolly🧚‍♀️•

Fizeram uma série de exames em mim, me examinaram dos pés até a cabeça. E como viram que estava tudo bem, me liberaram pela manhã. A tia Maria ficou comigo por um bom tempo mas a noite o Hugo veio buscar ela. Tomei um banho o mais demorado que eu consegui e procurei algo para vestir. Peguei a primeira blusa do Vinicius que estava ali e vesti, me joguei na cama e fiquei olhando pro nada enquanto cantava uma música do Zé neto e Cristiano que estava na minha cabeça.

O sono não vinha de jeito nenhum, eu rolava pela cama de minuto em minuto tentando dormir mas era totalmente inútil. Passei a mão na minha barriga que não tinha nenhuma forma ainda a não ser o formato pontudinho dela, coisa que eu sempre tive. E dei um sorriso imaginando como vai ser daqui alguns meses, eu não consigo me imaginar com uma barriga enorme, juro.

Eu sempre quis ser mãe, sempre foi o meu sonho formar uma família com o homem que eu amo e viver felizes pro resto da vida. Mas como nada é como eu planejo tá aí essa confusão toda. O Zl esperando o julgamento dele e preste a ser preso, porque pela ficha criminal dele eu bem duvido que ele consiga se livrar assim. E ele ainda por cima não quer ter filhos de jeito nenhum. E um dos meus medos é esse, como vai ser a reação dele?! Porque eu tenho que contar, até porque a barriga vai crescer. Talvez ele possa surtar, talvez ele fica de boa, ou até feliz. Mas como ele é uma pessoa bem bipolar, eu não consigo nem imaginar como ele possa reagir.

Zl: E aí maluca. - A voz dele ecoou pelo quarto e eu dei um sorriso enorme ao ver ele na porta do quarto.

Ele se aproximou e eu me afastei para dar espaço pra ele se sentar ao meu lado.

Zl: Vou fazer um corte maneiro nesse teu cabelo a próxima vez que tu me assustar. - Bateu na minha cabeça e eu sorri. - Cê podia tá em baixo da terra uma hora dessas, caralho Nicolly.

Nicolly: Eu já joguei todos os remédios fora, Zl. Fica despreocupado.

Zl: A parada não é nem você jogar os remédios fora, é sobre ficar tomando essas coisas pô. Não vai resolver de nada Nicolly. Aquilo ali pode te deixar sedada por umas horas mas depois que o efeito passar você vai voltar a sentir tudo de novo, e mais uma vez você vai se dopar com remédio pra tentar se acalmar de novo e de novo, e no fim você vai ficar dependente daquilo! É a mesma coisa que droga, e assim como as drogas também pode levar a morte os remédios também. Isso não é vida não caraí.

Nicolly: Eu sei, e eu tô me sentindo péssima por ter feito isso. Assustei todo mundo e ainda por cima quebrei uma promessa que eu fiz para mim mesma de nunca mais tomar isso. Mas é que está tudo tão bagunçado na minha vida que eu achei que só aquilo ali me acalmaria.

Zl: Eu sei que se você colocar na sua cabeça que você nunca mais vai tomar um remédio daquele, você consegue. Mas procurar alguém que te ajude é bem melhor. Tu tava tão bem indo na psicóloga, mas deixou uns b.o desses te abalar. Antes de amar alguém você tem que se amar primeiro. Se ligou? - Colocou meu cabelo atrás da orelha enquanto olhava nos meus olhos.

Impressionante o quanto esse doido consegue me trazer uma paz enorme. Sei lá, talvez isso já esteja se tornando uma dependência emocional, eu não sei. Mas ele tem um dom tão grande de me acalmar quando ele está perto de mim, um abraço, um sorriso, ou quando ele me puxa para deitar no peito dele me acalma inteira. É como se ele fosse o meu ponto de equilíbrio.

Nicolly: Eu voltar a cuidar da minha saúde e eu te garanto que eu vou superar essa minha fase. Por mim!

Zl: Eu acredito em você, e sei que você consegue. Acredito que você vai conseguir e acredito que você não armou nada pra mim! - Falou me olhando. - Me desculpa por dúvida de você.

Nicolly: Eu no seu lugar talvez teria a mesma reação.

Zl: Cê ia querer me matar sem ao menos me escutar pô. - Olhei indignada pra ele. - O que o Sérgio queria era que a gente se separasse e que eu te odiasse pro resto da vida. Mas como eu te falei, ninguém vai separar nós dois, caraí. - Dei um sorriso enorme e me ajeitei nos braços dele sentindo ele me abraçar e acariciar minhas costas. - Me desculpa mesmo, papo reto. - Beijou minha testa.

Nicolly: Te amo pra caralho. E a próxima vez que você dúvida de mim e eu vou jogar praga em você, pro seu pau não subir nunca mais. - Dei um soco no peito dele vendo ele rir.

Zl: Que amor em, caralho, isso é porque você disse que me ama. - Falou ainda rindo. 

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora