Crime Perfeito

06

• Nicolly🧚‍♀️ •

"Se não pode contra eles, junte - se a eles."

Essas frase que o meu pai sempre me falava estava martelando na minha cabeça.

A única forma de eu conseguir sair daqui era me aliando aos caras que nesse momento eram os meus inimigos.

Mas como eu iria fazer isso eu já não fazia a mínima ideia. Os únicos caras que eu tinha contato sempre era o Zl e o Vh, e com ele nem rola, nunca fui muito com a cara dele desde criança e agora muito menos.

O Zl? Ignorante que só vendo. O cara não era muito de conversar e só falava o necessário mesmo, então como que eu iria puxar assunto com ele?!

Seria mais fácil eu fazer a parede falar do que ele conversar comigo. Mas o único que eu tinha no momento era ele. Mas o que eu iria fazer eu não sei.

A única coisa que eu tinha em mente era seduzir ele, por mais que seja uma ideia ridícula e que me faz sentir nojo de mim por me submeter a isso, é a única coisa que eu tenho em mente.

Uma amiga minha sempre me disse que homem se emociona fácil e se tudo desse certo eu iria fazer o Zl ficar bobo por mim e na primeira oportunidade sair daqui. E eu espero que seja com vida, pelo amor de Deus!

Abri a armário da cozinha vendo que tinha pão ali e olhei na geladeira pra ver se tinha mais alguma coisa. Acabou que eu achei mortadela ali, coloquei três fatias no meu pão e peguei um copo de suco.

Me sentei no sofá, no tédio mesmo e fiquei olhando pro nada escutando a conversar dos meninos do lado de fora da casa. E nem demorou pra eu identificar uma delas, Zl.

Eu não queria, não queria mesmo ter que fazer uma coisa dessas, mas é a única coisa que pode me tirar com vida desse lugar.

Encarei ele que abriu a porta da sala e entrou na casa, que era até bem bonitinha. E jogou a chave da moto em cima da mesa.

Zl: Vim ver se tu tava precisando de alguma coisa, mas pelo visto tu tá bem a vontade aqui.

Nicolly: Foi você quem disse que eu podia ficar por aqui, então eu pensei que podia mesmo.

Zl: Não, isso aí pode. Custei, consegui isso com o Vh.

Nicolly: Por que você está fazendo isso em? Sei lá, tu é tão bom comigo.

Zl: Eu não sou bom com ninguém parceira. Eu sou justo, se eu vejo que a pessoa tá merecendo, porquê não?! - Falou num tom de arrogância de sempre.

Tô vendo que se eu quiser levar isso pra frente eu vou ter que ter muita paciência porquê não vai ser fácil aturar esse homem não.

Zl: Tô partindo, se precisar de alguma coisa da um toque nos caras.

Nicolly: Não tem nem uma televisão aqui, nada? Tô no tédio já. - Falei no aleatório mesmo.

Zl: Quer uma dia no spar também princesa? Alguém que faça seu cabelo, unha de uma faxina na casa?

Nicolly: Se tu quiser. - Dei os ombros e ele me encarou.

Zl: Tu não veio pra Disney passar férias não fia. Se liga. E para de graça pro meu lado que se tem uma coisa que eu odeio é deboche.

Nicolly: Mas foi tu quem me perguntou, eu só respondi.

Zl: O menina não me irrita não. Eu sou bem legalzinho, mas se vim de caô pro meu lado tu vai ver.

Nicolly: Eu vou ficar aqui por quanto tempo em?

Zl: Tu já me perguntou isso uma vez e eu já respondi que depende do seu pai. Agora me faz um favor... Não me pergunta isso mais não. Quando chegar a tua hora de ir tu vai saber.

Nicolly: Entendi, foi mal.

Zl: Tô indo. - Falou pegando a chave. Bufei passando a mão no rosto e ele bateu a porta trancando a mesma do lado de fora.

Fui pra cozinha e coloquei o copo na pia e fui caminhando para o quarto. Me sentei na cama e comecei a cantarolar o funk que passava de longe, mas dava para ouvir. Provavelmente era o baile que tinha começado por ali.

E eu só queria tá num rolê aleatório agora, curtindo pra caralho, ou até em spar mesmo, faz um tempo que eu nem vou, mas não, eu estava em um lugar que nem eu sabia onde, trancada, olhando pro tempo.

Só queria alguém aqui pra conversar comigo, nem que fosse o Zl, mas alguém pra ficar aqui comigo. Ficar sozinha é chatão!