Hirai Momo é uma mulher que atualmente está passando pela terapia de Regressão de Idade. Enquanto enfrenta o seu trauma vivenciando outra vez sua infância, Hirai conhece Kim Dahyun, a cuidadora que irá entrar em seu mundinho e talvez causar um novo...
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A luz prateada da Lua era a iluminação que adentrava pela janela do quarto de Hirai naquela noite estrelada. Os pontinhos brilhantes no céu pareciam se refletir sob os olhos de Momo, que sentada no chão perto da janela do quarto, se perdia na imensidão noturna que tanto admirava.
Observando o céu, Momo sabia nomear algumas constelações sem dificuldade alguma. Sua mente mesmo sendo como a de uma criança, sabia trabalhar as equações físicas que provavam que o universo era o universo em suas leis estabelecidas pelos sábios que sabiam discernir em matemática aquilo que ocorria mundo à fora. Além disso, se usasse seu telescópio, podia até mesmo ver alguns planetas direto de seu quarto conforme o fazia as vezes para não perder seu posto como amante das estrelas.
Ainda assim, o passatempo favorito da Hirai era se sentar de frente àquela janela e olhar para o satélite prateado. Admirava a Lua minguante daquela noite, aproveitando para contar para ela as particularidades de seu dia. Era um costume que Jihyo, sua terapeuta, aprovava. Quando Momo conversava com a Lua, conseguia conciliar seus dois lados, conseguia ser apenas ela mesma, a Momo de antes da terapia e também a Momo durante a terapia. Aquele era um momento só dela.
— Eu não entendo o porquê, mas Vênus disse que tem ciúmes de mim. E de Minaring, Lua, ela também tem ciúmes do nosso Sol, mas Minaring me disse que é porque Jeongie ama a gente como quando Einstein falou que o universo se expande. O amor de Vênus vai ficando cada vez maior e maior. — Momo abriu os bracinhos para expressar para a Lua o tamanho do enorme amor de Jeongyeon, que era a responsável por mimar a família dando abraços e beijinhos em suas Hirai. — Ah! a Jeongie comprou chocolate hoje, mas sabe, não é como os que a Sannie trás de casa e tem sabor de... casa. E também tem amanhã, amanhã chega a moça nova, a Dahye. Minari disse que agora as coisas vão ficar diferentes porque sou mocinha o bastante para ficar com alguém que não seja só ela ou Vênus. Não sei. Sinto saudades de Sannie também, mas Sannie disse que logo voltaria pra cá e aí ia ficar comigo tooodo tempo do mundo. Eu juro, foi o que ela disse, Lua! Bom, mas Sannie não sabe que o tempo é relativo, certo?
E conversando tão animada com sua melhor amiga lá do céu, Momo nem mesmo reparou quando Mina abriu a porta do quarto tão tímida e parou ali mesmo observando a irmã em seu próprio mundinho particular envolvendo sua amada Lua e estrelas.
No passado, momentos como estes eram quase que raros para Mina. Ter Momo por perto era algo que ela, sendo a mais nova dentre as Hirai, quase não possuía. Desde cedo a japonesa teve que se acostumar em ver suas irmãs vivendo suas próprias vidas, e embora não as julgasse por irem embora, sentia falta delas em seu cotidiano. Agora, depois de tudo o que aconteceu, ao menos era bom poder tê-las um pouquinho mais perto como Momo, que sempre está há um quarto de distância ou Sana, que a cada seis meses visitava a família na Coréia do Sul.
Ao menos isto era uma coisa boa, no entanto, Mina não negaria que trocaria todo o seu bem-estar para que aquilo nunca tivesse ocorrido em suas vidas. Era traumático para Momo certamente, porém Sharon não negaria que o próprio coração sangrava somente ao se lembrar de tudo o que ocorreu no passado.
