52 - Como Crianças

1.8K 276 62
                                    

#LUNESDAHMO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

#LUNESDAHMO

Momo agarrou a mão de Dahyun, e então, seus passos guiavam para o jardim florido de onde estavam. Duas árvores frutíferas pareciam dar frutas apetitosas, e o cheiro era como puro oxigênio, refrescando até o fundo de seus pulmões.

Momo nunca havia visitado aquele lugar antes, e isto porque esteve ocupada durante todo este tempo com o seu luto. O canteiro com flores era diversificado, Momo não era boa com plantas, mas achava bonito como o amarelo se mesclava com laranja e outras vinham em um rosa bem forte. Claro que soube reconhecer aquelas que eram típicas da estação em que o planeta Terra trazia, mas se perguntassem os nomes, ela perderia o seu título oficial como a sabichona da família.

Parando de frente a porta, acabou respirando bem fundo esperando que algum conforto pudesse atravessar por suas células sanguíneas. Sem que percebesse, apertou com um pouquinho mais de força a mão de Dahyun. Logo, reparou que Kim Dahyun poderia ser o seu conforto também. Sorriu para a mulher, e então seu coração foi direto para os seus pais.

Seus pais. Por deus, ela sentia falta daqueles dois. De acordar pela manhã de uma casa Hirai em puro caos. Três adolescentes com hormônios gritando nas veias, e por isso, expelindo rebeldia sem controle, e nisso ainda vinha seu pai cantando como se fosse a pessoa mais afinada do mundo — o que era uma terrível mentira — ou quando a mãe dava carinho para a jovem Hirai a pegando no colo e tudo.

Mas também, Momo conhecia um outro lado deles que era mais feio. Este era o principal ponto, pessoas tem pontos bonitos, alegres que cantam pela manhã e confortam suas filhas, mas as vezes o lado feio apagava a luz dos sentimentos, escondendo o que era bonito. Momo foi assim com Minki, foi feia com ele. Ela sabia que ainda tinha um lado feio, e seus pais, eram pessoas comuns. Crianças adultas que precisam tomar decisões difíceis, decisões mal tomadas que levavam novamente ao lado feio. Crianças medrosas, inseguras e no final de tudo, que projetam seu medo em outras crianças. As suas crianças.

Momo pegou pensando em si mesma. Pais acertam, mas erram. Ela era a prova viva daquilo. Daria todo apoio do mundo para Minki, porém, também cometeu pecados. Pesados pecados que nunca teria a chance de reverter.

Balançando a cabeça brevemente, ela deu batidinhas na porta de madeira que lembrava a de sua antiga casa. O coração também acompanhava em batidas fortes.

Então, pouco depois do barulho, a porta foi aberta devagar.

Momo estava acostumada a ver sua mãe sorridente e sempre muito bem arrumada. Hoje era diferente, embora ela estivesse bonita e sorrindo feliz em vê-la. Continuava sua mãezinha, que era de onde puxou o nariz e a boca. Os cabelos dela se tornavam meio grisalhos, provavelmente decidiu abraçar de vez os fios lesados de melanina. Marquinhas do tempo estavam ao lado dos lábios dela, se tornavam mais evidentes conforme ela sorriu enquanto, ao mesmo tempo, tomou  Momo pela mão e a enfiou em seu abraço como se nunca mais fosse soltá-la. Momo aceitou, se afundou ali.

O Mundinho de Momo • DahMo Onde histórias criam vida. Descubra agora