Hirai Momo é uma mulher que atualmente está passando pela terapia de Regressão de Idade. Enquanto enfrenta o seu trauma vivenciando outra vez sua infância, Hirai conhece Kim Dahyun, a cuidadora que irá entrar em seu mundinho e talvez causar um novo...
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#LUNESDAHMO
Quando um astronauta volta para a Terra, ele sente a diferença gravitacional. Geralmente não aguenta o peso do próprio corpo, já que não está mais acostumado com a força que a gravidade exerce sobre si. O astronauta volta confuso, precisa reaprender seus hábitos, conhecer outra vez a sua realidade.
Dahyun era o astronauta. Esteve em outra galáxia quando um novo universo se expandiu para ela mostrando diversos planetas, fazendo dela mesma um grande planeta. Aquele universo foi fechado, agora ela já não estava mais orbitando Saturno, não tinha Vênus e o Sol para admirar, Júpiter já não era Júpiter mais, e ela, ela não era Urano. Dahyun havia voltado para a Terra, estava cercada por gravidade, por oxigênio, por todas as diversas reações químicas e físicas. Leis físicas que diziam que nada se destruía, tudo se transformava.
Seria uma mentira descarada se tentasse dizer a alguém que não tentou destruir aquela imagem. Dahyun, Urano, cabelos longos e pretos, sempre tão simples e dessa forma tão simples fora capturada espaço a fora.
Kim se olhou no espelho do banheiro. Não havia conseguido a auto-destrução de Urano, mas se tornou outra coisa. Cabelos pretos se tornaram loiros, foram cortados até a altura do pescoço, por onde os dedos de Saturno traçaram naquele dia. A descoloração fez o planeta ter outra moldura. Diferente, radicalmente diferente. Radical foi a parte inferior de seu couro cabeludo raspado em altura quase mínima, os cabelos daquela área eram pretos ainda, dando um bom contraste para quando ela prendia.
Dahyun era diferente agora, mas, por que ainda sentia que faltava algo? Ela refletiu olhando para si mesma, da mesma forma que a imagem era refletida, os pensamentos pareciam bater ali e voltar em forma de perguntas. Por quê? Por que o porquê? Porque ela precisava. Realmente precisava?
Um suspiro veio alto, então ignorou a reflexão. Pendurou a toalha no ombro e saiu do banheiro encontrando Tzuyu na sala.
Cheirinho de pipoca estava por todo o apartamento. Aquela era uma noite especial, então não havia espaço para porquês. Não quando se tinha uma série de refrigerantes e pipoca salgada e doce aguardando para a longa noite de filmes da Marvel. Em breve o estúdio faria um novo lançamento e como Tzuyu e Dahyun amavam Junmyeon, prometeram assistir tudinho para ir com ele na pré-estréia.
Aquela era uma prova de amor e tanto.
— Ei me diz uma coisa, a gente começa por ordem cronológica ou de lançamento? — Tzuyu checava o site com as ordens em questão, então deu uma risada meio sem graça. — Aqui tá dizendo que tem que começar por Capitã Marvel, mas esse foi lançado tipo dez anos depois do primeiro filme da Marvel, isso é tão confuso.
— Por isso que é coisa de nerd. — Dahyun roubou pipocas ao sentar ao lado da prima. Apenas a luz da tevê onde procuravam os filmes as iluminava. — E o nosso nerd disse que pela ordem de lançamento é mais emocionante.
