Hirai Momo é uma mulher que atualmente está passando pela terapia de Regressão de Idade. Enquanto enfrenta o seu trauma vivenciando outra vez sua infância, Hirai conhece Kim Dahyun, a cuidadora que irá entrar em seu mundinho e talvez causar um novo...
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Geralmente quando pilotava a moto, Nayeon usava fones de ouvido em um volume não tão alto apenas para relaxar sentindo o motor que tanto apreciava. Agora que tinha Momo em sua garupa apertando sua cintura com um tanto de força, preferiu se concentrar somente na sensação de cuidar de Saturno. Lim acabou por suspirar em nervosismo, afinal, não tinha experiência nenhuma com pessoas como a Hirai, ou então com crianças, já que a pessoa mais nova que teve contato antes era Tzuyu quando ela era uma pirralha de dezesseis anos que lhe tirava a paciência.
Não que Tzuyu não lhe tirasse a paciência nos dias de hoje. Para falar a verdade, certamente Chou se tornava mais irritante a cada dia que se passava.
Outra vez Lim suspirou, então percebeu o sinal ficando vermelho ao parar bem antes da faixa de pedestres. Se houvesse uma forma de tornar aquela viagem um pouco mais agradável para sua acompanhante, era o que faria sem pensar duas vezes.
— Está gostando de andar de moto, Momo? — Nayeon perguntou exalando bom humor. Aproveitou também para estalar os dedos, uma mania que gostava de exercer quando estava com toda aquela tensão correndo por seu corpo.
Momo suspirou baixinho. As vias naquele dia não estavam tão cheias, e o clima estava quentinho porém também fresco. Árvores pomposas em um tom verde claro enfeitavam o caminho e pássaros cantavam alegres celebrando a vida. Tudo parecia perfeito aos olhos da Hirai, incluindo todo o cuidado que Dahyun teve para planejar o passeio.
Embora a motivação de ter sido levada de moto fosse para que sentisse adrenalina, Momo não poderia negar que aquele tremor do veículo era um tanto assustador, ao seu ver. Eram apenas duas rodas em alta velocidade e equilíbrio praticamente nenhum.
— Dá medo, Yeon. — Momo confessou, sentindo certo medo que Lim sentisse rejeição e ficasse com raiva. Quando viu Nayeon dar uma risadinha, acabou relaxando percebendo como Dahyun estava mesmo cercada de boas pessoas.
— Escuta, quero não tenha vergonha alguma e me segure bem firme, okay? Quando eu era menor eu também tinha medo, mas meu pai diz que quando estamos grudadinhos não sentimos tanto assim e acaba se tornando agradável. — Nayeon dissertava quando viu o sinal voltar a ficar esverdeado. Conforme Lim havia pedido, Momo fez rodeando com mais força o seu corpo em um abraço apertado. — A Dahyun me disse que você gosta do universo, é verdade? Esse é um céu bem grande.
Momo não evitou rir, e também olhar para o alto onde o dia se iniciava com aquele céu azulzinho e sem tantas nuvens. Do outro lado da rodovia ela conseguia ver o sol fraco da manhã, e conforme sua mente bem conhecia, sabia os eixos exatos em que poderia se identificar o astro luminoso no céu cientificamente. Ela realmente apreciava olhar para o alto, mesmo que por tanto admirar a imensidão acima de sua cabeça, tenha perdido parte de seu chão no passado.
— E ele vai ficando ainda maior. Está se expandindo agora mesmo até ficar bem grandão. — Momo falou um pouco mais alto por ficar animada com o rumo da conversa. Falar sobre o que tanto admirava a relaxava mais do que qualquer outra coisa. — Você gosta do universo também, Yeon?
