22 - Ondas Por Todos Os Lados

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(tw: menção a suicídio)

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(tw: menção a suicídio)

Assim que Dahyun e Junmyeon chegaram em casa aos tropeços por terem bebido tanto, Kim não se esqueceu do planetinha que orbitava seu sistema solar. Mandou mais algumas mensagens para Jeongyeon perguntando se Hirai já tinha ido dormir, e até mesmo mandou uma foto sorrindo para Momo com a legenda de que tinha algo bombástico para contar pra ela. 

Dahyun estranhou quando não houve resposta alguma, mesmo que as mensagens tenham sido lidas. Ela ficou preocupada, mas decidiu que não estava em um bom estado para buscar informações em outros meios.

A resposta então veio pela manhã. Minutos antes do despertador tocar e uma Dahyun sonolenta iniciar mais um dia de trabalho, uma ligação a fez acordar. Geralmente ela ficava na cama por algum tempinho a mais até que conseguisse acordar de verdade. No entanto, quando viu que no visor aparecia o nome de Jeongyeon, despertou em um piscar de olhos.

Dahyun, por aquela ligação, entendeu o que havia acontecido na noite passada.

Ao chegar na casa das Yoo, foi difícil olhar para ela. Momo parecia desconfiada com tudo, entretanto, tinha o olhar preso na televisão onde passava algum desenho infantil. Não importava o que estava passando, ela não prestava atenção. Estava presa no oceano que era ela mesma. Um oceano que em todo este tempo de terapia tentou criar barragens para comportar a força de suas ondas. Na noite passada, as barragens se romperam, e Momo teve uma crise expontânea.

Era como se tudo a acertasse de uma única vez. Cada sentimento, cada dor física, cada fagulha emocional. Haviam ondas por todos os lados, espuma salgada sendo derramada em lágrimas. Em berros Momo gritava como se alguém pudesse salvá-la. Não havia alguém que pudesse a arrancar de si mesma. 

— Eu não entendo o porquê dessas crises. — Mina estava sentada à mesa da cozinha sussurrando aquelas palavras com Jeongyeon e Dahyun. Estava péssima, olheiras estavam em bolsas debaixo de seus olhos. Parecia pálida também. Jeongyeon não estava tão diferente assim.

— Eu tenho certeza que ela precisa só de mais algum tempo. Pode ser complicado até que possa se perdoar por tudo o que aconteceu. — Dahyun tentou trazer algum conforto, mas não funcionou muito bem. Mina ainda tinha a boca comprimida em uma linha fina. As imagens da noite anterior ainda fazia com que ela tivesse vontade de chorar.

Era difícil não ver mais a irmã mais velha que sempre teve. Momo era diferente, não era como a Momoring. Hirai Momo era o nome de alguém que vivia em dor, que emergia daquelas ondas salgadas apenas para gritar que estava sofrendo, se afogando. Mina gostaria de poder resgatar Momo, porém parecia impossível. 

À esta altura, parecia que Momo morreria afogada.

— Tenho medo de que a terapia esteja deixando de funcionar. — Mina confessou aquilo que vinha rondando por sua mente já há algum tempo. Tentou negar para si mesma, porém parecia irrefutável agora. — Antes as crises dela eram semanais, e depois da terapia passou a serem mensais, quase raras. Agora, é como se estivessemos voltando para o início. Como um ciclo que se repete e repete. Um ciclo onde minha irmã vai para sempre pedir por socorro, pedir pelo filho dela. Momo... ontem a noite, ela pedia para morrer, Dahyun. Ela dizia que não merecia estar viva, berrava pedindo pela morte. 

O Mundinho de Momo • DahMo Onde histórias criam vida. Descubra agora