17 - Minki, a Lua

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(tw: assuntos relacionado à morte e sangue falso)

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(tw: assuntos relacionado à morte e sangue falso)

*recomendo ler esse capítulo ouvindo Sayonara Hitori do Taemin


Se alguém perguntasse para Momo, ela poderia dizer com exatidão cada gesto, cada respirar daquele dia. Ela se lembrou de quando levantou pela manhã após uma noite mal dormida, afinal, havia passado a madrugada inteira revivendo aquele momento. A chuva, a oportunidade de sua vida, e então a discussão. A batida, a perda.

Momo lembrava como foi se olhar no espelho. Parte da região perto do olho esquerdo estava inchada em um tom meio vermelho meio roxo, uma pintura de dor. Seguindo aquela conjunção tragicamente artística, Momo tinha ferros saindo pelo braço que fraturou. Pinos que iriam ajudar a colocar seu osso de volta no lugar, e envolto do braço estava o gesso pesado.

Naquela manhã fria e de chuva fina, Momo sentia-se uma verdadeira obra de fracasso. Mas era Minki o digno de pena.

O Hirai havia ganhado em sua obra de arte eterna um caixão branco com enfeites dourados. Mina havia ido às pressas para o Japão quando soube do acidente, e junto à Sana, organizou o funeral que seu sobrinho merecia. Haviam flores amarelas espalhadas pelo local reservado, uma foto de Minki estava ali, com o sorriso que normalmente ele exibia por aí.

Momo olhou para aquela foto sem acreditar que havia acabado com aquele sorriso. Ela nunca mais o veria sorrir, nunca mais sorriria. A dor era cortante, Hirai gostaria de poder enfiar a mão no peito e espremer o coração até que a dor excruciante se desfizesse em seu sangue sendo espalhado. Estraçalhado.

Momo lembrava-se de pensar como ela deveria ter morrido ao invés de Minki. Ele cresceria criado por Sana, teria um futuro brilhante, teria amor das tias. Mas agora era Momo que estava viva, e ela não tinha mais pelo o que viver.

Ao redor, Momo lembrou ter visto pessoas chorando pela perda que tiveram. O pai de Minki estava lá, e os avôs dele também. Seus pais estavam lá. Alguns tios, primos, amigos. Mina e Sana estavam lá, mas Momo se sentia sozinha. Ela já não tinha mais o filho, estava sozinha solta em um vasto universo.

Era como perder a Lua, Momo estava agora solta em algum lugar por aí sem ter a gravidade para a prender em algum lugar.

Durante todo o velório, Momo não falou uma palavra sequer. Ouvia condolências e pêsames o tempo inteiro, porém não os respondia. O tempo inteiro manteve os olhos para aquele garotinho sem vida no caixão. Seus olhos só saíram dali quando o fecharam. Aquele foi o instante em que a ficha de Momo pareceu cair, Minki já não era mais dela, era uma estrela no céu.

Mas Minki não era uma simples estrela, ele era um astro. A Lua.

Enquanto a série de pessoas esvaziava o local do velório para seguir para o funeral, Momo escapou. Não conseguiria ver aquilo, e com mãos trêmulas, conseguiu chamar um Uber enquanto as gotas fortes da chuva molhavam seus cabelos.

O Mundinho de Momo • DahMo Donde viven las historias. Descúbrelo ahora