24 - A Vida É A Rose

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— Qual é, garotas

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— Qual é, garotas. Estão mesmo tímidas desse jeito? Não é como se alguém tivesse o privilégio de não ter a vida fodida de algum jeito, então vamos parar com isso. — Tzuyu gesticulava em um jeitinho adoravelmente informal. Pouco ligava se conhecia ou não aquelas mulheres ou se estava interrompendo algo importante.

Junmyeon dizia que Tzuyu tinha um sexto sentido maluco para certas coisas. Uma vez espirrou na cara dele, o resfriado veio logo em seguida, mas ao menos aquilo fez com que o Lim não tivesse que aturar uma aula chata na faculdade e ainda ganhasse uns pontinhos extras por poder fazer um trabalho usando métodos compartilhados — leia-se cola da internet.

Agora era como uma daquelas sensações. O mundo era uma gigante bola azul que na realidade não passava de uma micro poeira intergaláctica. Tudo acontecia porque tinha que acontecer. Tzuyu precisava ter quebrado o braço antes do vestibular para então fazer uma prova tempos depois na faculdade coreana que a fez se muda para o país para anos depois estar ali, sentada de frente àquelas duas estranhas tentando alguma forma de comunicação.

Sana desviou o olhar de Tzuyu. Bem como Momo, ela também tinha um oceano. Diferente de Momo, não haviam barragens. O tempo inteiro Sana se afogava, também se culpava pelo acidente. Uma bóia a mantinha respirando, era suas irmãs.

— Não sei se devo falar sobre tudo isso com vocês. — o sotaque carregado era o sinal de que Sana estava hesitante. Não havia como não hesitar, o sobrinho... o filho dela havia morrido em um acidente de carro anos atrás. A vidinha que era fruto de uma das pessoas que mais amava no mundo inteiro. Uma pequena cópia de sua irmã, ele havia morrido. E Momo também se foi, grande parte da Hirai que Sana conheceu havia morrido com Minki.

— Quer saber, Sana — Tzuyu rasgou o plástico do fardo de cerveja. Uma das garrafas de vidro facilmente veio em sua mão, antes que falasse outra coisa, arrancou o lacre da garrafa com a boca.

— Por deus, você odeia o seu dentista?

Tzuyu responderia Jihyo, porém estava ocupada demais virando aquela garrafa inteira em seu organismo de uma única vez. Junmyeon que ensinou o truque para ela.

— Ela tem idade pra isso? — Sana perguntou um pouco espantada e talvez preocupada também.

Depois de terminar todo o líquido em segundos, Tzuyu fez o típico som como se tivesse acabado de beber um belo copão de água gelada depois de um dia escaldante. Se sentiu revigorada, o álcool agitava suas células aos poucos. Mais tarde precisaria de mais algumas.

— Agora eu estou levemente bêbada, e vocês não precisam ficar com essas carinhas fofas preocupadas — Tzuyu arrotou. — Sou maior de idade, então se quiserem me ligar mais tarde está tudo bem também. A questão é que está todo mundo na merda, todo mundo mesmo. Alguns lidam com coisas mais pesadas, é difícil falar sobre, mas acaba que é bom. Não vamos resolver seu problema, Sana, só que pelo menos ele não vai estar todo em você depois disso. — Tzuyu girava a garrafa vazia no gramado olhando somente para ela. Se estivesse com os olhos em Jihyo e em Sana, teria visto como elas ficaram admiradas com seu jeito de falar. E como elas realmente queriam aquele número de telefone. — Sabe, não sei se ajuda um pouco, mas irei contar pra vocês o que tem acontecido comigo. Não contei para a minha família ainda, o Junmy e a Dahyun. É só que, eu odeio meu curso na faculdade. Odeio, odeio mesmo. Cada aula é como uma tortura, eu não quero ser uma advogada com a alma vendida ao diabo, eu não consigo. Juro que estou há dois passos de colocar aqueles caras pra chupar a minha-

O Mundinho de Momo • DahMo Where stories live. Discover now