28 | efeito dominó

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— Diz-me que conseguiste encontrar algo útil

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— Diz-me que conseguiste encontrar algo útil. — murmurei assim que a porta do carro foi fechada.

Oskar tirou o boné e respirou fundo enquanto apertava o cinto-de-segurança e eu me afastava do ponto no qual combinamos encontrar-nos assim que saísse da casa da Ayla.

Naquela semana, procurei formas de encontrar o tal homem que roubou a cocaína do Marco, porém, essa missão mostrou-se impossível. Por isso, decidi começar a atacar os pontos menos relevantes, e um deles era o seu círculo social – vasto, mas era questão de tempo até saber quais me serviriam para alguma coisa –. Noelle Costello, mãe da Ayla, era uma das amigas do Felipe Bianchi, anfintrião da festa na qual estive naquele fim-de-semana. Se eu havia visto o homem que procurava lá, significava que fora convidado. Logo, era um dos amigos do Bianchi.

— Encontrei o suficiente para ameaçá-lo. — sorriu com sarcasmo — Mais do que suficiente, na verdade.

— Coisa podre? — encarei-o por um momento, e logo depositei a atenção na estrada novamente.

— Mais podre do que és capaz de imaginar. Ele está metido em negócios relacionados a tráfico de órgãos, o que geralmente envolve também tráfico humano para a extração desses orgãos. Além disso, é um grande cafetão, mas muito longe daqui, para não levantar suspeitas, presumo. — murmurou. Escutei o barulho de um isqueiro sendo aceso, e olhei para ele de soslaio.

— Não te atrevas a fumar cigarros no meu carro. — rezinguei, tendo plena certeza que revirou os olhos — Tens alguma ideia de como podemos chantageá-lo?

— O Felipe é um homem poderoso, Idris... Não acho que devas atacá-lo de cara.

— Mas é a única pista que temos até agora...

"A paciência é uma virtude". — recitou num tom divertido e sarcástico — Ainda é quinta-feira, e o teu pai não estabeleceu um prazo. Provocar o Bianchi, que por acaso é amigo dele, não te vai ajudar em nada. Ele não tem nada a ver com o roubo da cocaína, e se tiver, tu não possuis evidências disso. Sem contar que estarias a criar desavenças entre ele e o Marco.

Respirei fundo, me sentindo mentalmente exausto. O Oskar tinha razão, mas o que mais podia eu fazer, se o ladrão parecia ser inalcançável? Eu estava desesperado, não fazia ideia de qual atitude tomar senão chantagear o Felipe Bianchi.

— Tu estás a comer a Ayla, não estás? — indagou repentinamente.

— Achas que diria, caso estivesse? Não vou falar sobre a minha vida sexual contigo. — resmunguei, desacelerando ao ver que o semáforo pouco distante assumira a cor vermelha.

— Nem precisas, é óbvio. Tu não comprarias presentes daqueles a uma mulher qualquer.

Sorri com escárnio.

— Oskar, meu caro, eu tenho dinheiro. Muito dinheiro. Não me importo em gastá-lo a prol dos meus interesses, e aquela quantia não fez sequer cócegas no meu bolso.

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