43 | semelhanças gritantes

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O cheiro de chá doce, café, cigarros e charutos misturado às fragrâncias dos perfumes consumia o cómodo, e era quase impossível suportar as risadas altas e conversas mais diversas das pessoas espalhadas pela sala dos Romanov

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O cheiro de chá doce, café, cigarros e charutos misturado às fragrâncias dos perfumes consumia o cómodo, e era quase impossível suportar as risadas altas e conversas mais diversas das pessoas espalhadas pela sala dos Romanov.

Eram vinte e uma horas e trinta minutos, e eu não fazia nada de interessante além de degustar o uísque no meu copo e observar a decoração luxuosa com toque rústico que parecia característica em cada canto daquela mansão. Diferentemente da minha, a casa tinha retratos e fotos em família exibidas em certos pontos, e isso me fez imaginar que talvez o Oskar não fosse tão parecido comigo no quesito família como eu costumava imaginar.

Não só por isso, porque fotos não significavam nada naquele contexto, mas também porque observei a forma natural e confortável como interagia com os seus pais e irmãos. Todos eles pareciam ser desagradáveis e pouco amigáveis, a julgar pelos sorrisos escassos e posturas arrogantes, porém, depois de alguma análise, tornou-se óbvio por quê o faziam. Além de, segundo o Oskar, não sorrirem sem motivo para que não parecessem estúpidos, estavam cercados pelas mais venenosas cobras. Nada parecia ou era melhor do que manter a imagem de alguém frio e pouco amigável em frente àquelas pessoas.

Ergui a mão para levar a borda do copo aos lábios e engoli o gole da bebida destilada com uma certa lentidão, com o pensamento da Ayla ser filha do Donovan escorregando pela mente. Ela contou-me que, desde a primeira vez em que a mãe praticamente obrigou-a a voltar para casa a meio de um evento, as coisas nunca mais haviam sido as mesmas. Quase todos os seus passos eram monitorados e ela recebia mensagens e chamadas constantes, nas quais a Noelle perguntava onde e com quem estava. Era triste pensar que talvez visse tais gestos como preocupação em relação a ela, quando na verdade talvez a tão profissional e correta advogada quisesse apenas manter os esqueletos dentro do armário e a poeira debaixo do tapete.

O peso de alguém sentando ao meu lado chamou-me a atenção, e eu finalmente desviei o olhar do quadro de cores neutras que decorava a parede há metros de mim. Nikolai, irmão mais novo do Oskar, tinha um cigarro repousando entre os dedos indicador e máximo da mão direita, e me encarava com certa curiosidade.

— Tu deves ser o Idris O'Connell. — começou, fazendo depois uma pausa para tragar e soltar a fumaça. Torci o nariz involuntariamente, incomodado com o cheiro de nicotina — O Oskar tem falado tanto de ti que cheguei a pensar que estivesse apaixonado.

— Que tipo de coisa? — murmurei, voltando o olhar ao mesmo ponto de antes. Nikolai remexeu-se por um momento, e notei que havia esticado o braço sobre o encosto do sofá de couro.

— Basicamente, que tu quase sujas as calças durante as missões, de tanto medo. — deu de ombros, simples, enquanto eu me limitava a soltar um riso nasalado — Mas que és uma boa pessoa, quando não ficas com essa cara de lunático que nem agora há pouco.

— Cara de lunático? — ergui ligeiramente as sobrancelhas, vendo-o assentir e encurvar os cantos dos lábios para baixo.

— Pois é, tu sabes, cara de quem odeia e quer matar todo o mundo. — deu de ombros mais uma vez, levando o cigarro aos lábios. — Mas eu entendo, as pessoas aqui são uma merda.

IDRISHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin