29 | guardado a sete chaves

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A Georgina apareceu na universidade cheia de hematomas

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A Georgina apareceu na universidade cheia de hematomas.

Todos, obviamente, cobertos e camuflados por boas camadas de base e mais alguma coisa que não fui capaz de identificar. Apenas soube mais do que deveria porque, na hora em que ela ergueu a saia que fazia parte do uniforme da Royale, eu saía de uma das divisões no toalete que antes parecia vazio.

A expressão de assombro consumiu o rosto bonito e ela arregalou os olhos azuis para mim, vendo-me deslizar o olhar pelas manchas roxas que cobriam parte das suas coxas. Quem a visse atravessando os longos corredores ou até o campus gigantesco da R.U seria incapaz de imaginar o quão debilitado era o estado no qual ela se encontrava.

Quando perguntei o que havia acontecido, assim que ela escondeu as manchas com o tecido escuro da saia, não recebi uma resposta suficientemente convincente. A desculpa foi que uma queda provocara tudo aquilo. Eu tinha certeza que ela apresentava mais hematomas do que consegui ver naqueles poucos segundos, e isso me preocupou demasiadamente. Claro, rolar escada abaixo poderia criar mais do que possíveis arranhões e hematomas, mas não a deixaria daquele jeito. Sabendo que ela não me contaria mais nada acerca do ocorrido, apenas comprimi os lábios e anuí, pensando em todo o tipo de possibilidade.

Algum dos homens com quem se relacionava teria batido nela? Teria ela pais violentos, ou seria um namorado sobre o qual Georgina nunca havia comentado?

Limitei-me a ficar em silêncio quando, juntas, abandonamos o toalete. Reparei, de esguelha, que ela estava mais séria do que o habitual. Talvez até abatida, mesmo que tentasse disfarçar. Por vezes, ela franzia o cenho e torcia levemente o nariz arrebitado, parecendo sentir raiva ou dor. Mesmo que estivesse curiosa, fingi não ver e verifiquei se o cabelo continuava devidamente preso após sentar-me no meu lugar.

— Bom dia! — o docente de Pedagogia saudou após colocar alguns manuais sobre a secretária. Boa parte da turma respondeu em uníssono, enquanto eu suspirava baixo, com os ombros pesados graças ao sono e cansaço habituais — Finalmente terminei de corrigir os testes. A maioria conseguiu ter uma boa nota, e quem não tiver tido, fará um teste de recuperação.

Tudo aquilo foi dito enquanto ele franzia a testa com o olhar fixo numa lista de prováveis nomes. Inevitavelmente, fiquei atenta assim que ele me encarou após erguer as sobrancelhas.

— Ayla Costello?

— Sim? — respondi, cruzando casualmente as pernas. Ele baixou o olhar para as mesmas, e eu me arrependi por um momento de ter me movido; deveria ter me mantido na mesma posição de antes. Não queria que ele interpretasse mal o gesto, principalmente sabendo dos comentários e das acções inapropriadas que sempre eram ignoradas pela administração, simplesmente por ele ser influente na R.U.

— Pelo que vejo aqui, tu não fizeste o teste... — murmurou, o olhar semicerrado escondendo parte das íris esverdeadas — Estou enganado?

— Não, docente. — sibilei.

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