62| língua pesada

214 29 48
                                    

Cocei a cabeça com a mão livre, observando as caudas de lagosta temperadas na grelha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cocei a cabeça com a mão livre, observando as caudas de lagosta temperadas na grelha. A fumaça nem tão densa subia lentamente, e eu segurava o pincel de cozinha pensando se deveria passá-lo mais uma vez no molho. Escutei os passos quase inaudíveis da Ayla e virei o rosto quando ela parou do meu lado, estendendo um pano de cozinha sobre os meus ombros e pousando as mãos na cintura enquanto fixava o olhar na grelha.

Enquanto eu vestia apenas calções de malha e chinelos, ela trazia um vestido leve e longo, com a saia solta, no qual cor amarela casava bem com a pele negra, e os cabelos cacheados estavam presos no alto da cabeça.

— Estão quase prontas, acho eu... — murmurei, incerto. Sinceramente, era a primeira vez que fazia uma coisa daquelas.

— Realmente... Mas não pares de passar o molho por cima depois de as virares de novo, ao deixar a parte da crosta por baixo, para que não fiquem secas.

— Eu viro agora, então... E tiro-as daqui a quanto tempo?

— Pouco menos de cinco minutos. — respondeu, a mão passando pelo meu quadril com carinho — Vou terminar de cortar a cebola roxa para a salada.

Deu-me um beijo casto na mandíbula ao ficar na ponta dos pés descalços e eu passei a mão na sua bunda, fazendo com que risse um bocado.

O resort estava localizado perto da praia, no entanto, distante o suficiente para que a privacidade dos hóspedes não fosse invadida, uma vez que maior parte deles eram figuras públicas. Chegamos a Kalli às vinte e duas horas e poucos minutos por causa do tempo que passamos com a lancha ancorada no ponto em que paramos para mergulhar e, enquanto eu fumava e lia alguns documentos a respeito dos negócios do Marco – os quais deixei de lado poucos minutos depois por não estar mais sóbrio –, a Ayla dormia pacificamente.

Quando passei pelas portas corrediças de vidro, onde cortinas off-white ligeiramente pesadas balançavam sob o balanço do vento, a negra colocava a mesa murmurando algo que não ouvi. Deixei a travessa com as caudas de lagosta grelhadas sobre o móvel e lavei as mãos, observando-a drenar a água dos vegetais que terminavam de cozinhar em fogo baixo.

— Tem salada, e alguns legumes e vegetais para o caso de quereres... — colocou a panela no lugar mais uma vez e suspirou — Eu tempero agora, ou preferes fazê-lo depois de te servires?

Assim que afastou-se para pendurar a luva de cozinha, encostei o corpo no dela por trás, as mãos na sua cintura e o rosto entre a mandíbula e ombro.

— Idris, o que estás a fazer? — indagou entre risos, com a fala arrastada, acariciando a lateral da minha face. Inspirei o aroma do seu perfume e mordisquei a área, apertando o seio direito por cima do vestido amarelo.

— A tentar ter uma rapidinha antes do almoço... — soprei, distribuindo beijos pelo seu pescoço.

— Tu disseste que tinhas fome.

IDRISOnde histórias criam vida. Descubra agora