63 | tratar de negócios

186 22 21
                                    

— Limpo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Limpo. — Breno informou pelo walkie-talkie à medida que eu amassava a relva bem aparada com os sapatos formais, caminhando em passos forçadamente calmos em direção à casa que era ocupada no mesmo resort em que eu estava hospedado, no entanto, um pouco distante da minha.

Pelo que me foi informado, o Andrei havia levado poucos dos seus seguranças para lá. Cerca de três, talvez por precaução. O envelope lacrado era por mim segurado e eu tinha os óculos escuros postos, os quais empurrei de volta ao lugar enquanto erguia a cabeça, fungando. A temperatura havia baixado, naturalmente; era madrugada e, quando saí, a Ayla já dormia.

— Demoraste um bocado. — Oskar murmurou ao surgir por entre as sombras, passando as mãos na camisa preta e formal. Um cigarro estava aceso entre os seus dedos, e um corte quase superficial havia tornado avermelhada uma parte do lábio inferior.

— A Ayla não me deixava sair de casa. — boquejei de volta, erguendo um dos pés para pisar no primeiro degrau de madeira e depois nos outros, tirando os óculos em seguida — Estão todos bem?

— Felizmente, sim. Um dos meus foi baleado, mas nada grave.

— A Eve?

— Está no carro, e segura.

Havíamos reencontrado a Eve na última vez em que fomos ao 2Play; eu já tinha pensado em contratar alguém que pudesse fazer a cabeça do Andrei, mas não foi assim tão fácil. Ele não era burro e dificilmente viajaria com uma mulher completamente desconhecida. Foi por isso que ela chegou a Kalli com a equipe do Oskar, e deu um jeito de chamar a atenção do Bianco para ela na noite anterior. Por ser extremamente atraente, não fiquei surpreso ao ser informado que ela havia sido levada até a casa dele em questão de algumas horas de conversa e um jantar privado no restaurante do resort.

— Ele não tocou nela, tocou?

Oskar deu de ombros, impassível.

— Ela disse que beijaram-se, e que depois deu uma desculpa qualquer antes trancar-se na casa-de-banho até que a confusão terminasse. Foi algo discreto e rápido, e o Andrei não faz nem ideia de que estamos aqui.

— Melhor ainda. — soprei, colocando a mão enluvada na maçaneta — Vais entrar?

— Prefiro ficar aqui fora, a vigiar junto dos outros. Com o que tens em mãos, ele dificilmemte te vai atacar.

Anuí, abrindo a porta logo de seguida. A música clássica e a iluminação alaranjada ao fundo tornavam o ambiente romântico e aconchegante, o que me fez concluir que ele provavelmente pretendia se deitar com a Evelyn ainda naquela noite. Água borbulhava numa panela com macarrão, enquanto outra, com o provável molho, se encontrava sobre uma tábua de madeira na bancada. Puxei uma das cadeiras próximas à ilha de mármore e sentei-me, colocando o envelope à minha frente enquanto observava a sala ao longe.

Eu precisava fazer com que tudo corresse como planejado ainda naquela noite; era a minha única chance de salvar o Yannick e me aliar ao Donovan. Se falhasse, o seu filho provavelmente estaria morto antes do nascer do sol, e ele jamais me perdoaria.

IDRISWhere stories live. Discover now