42. O tornado

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O botão de resposta do interfone ainda era pressionado, fazendo-o chiar no silêncio. Namjoon olhou para trás e capturou o olhar perdido de Jimin, tentando se recolocar no momento presente. A pergunta feita pela voz desconhecida fez tudo doer, como um soco no estômago completamente desprevenido. Jeongguk não está aqui.

— A mãe dele? — sussurrou, fazendo Namjoon afastar-se com as mãos na testa, pensando no que deveriam fazer. — O quê ela está fazendo aqui?

— Eles voltaram a se falar recentemente... — Hoseok começou a explicar, olhando para a porta quase sem conseguir respirar. — Foi logo depois que vocês se afastaram. Ela ligou e, enfim, acho que pediu desculpas.

— Vocês vão atendê-la? — Jimin perguntou, inconscientemente, retirando-se da situação.

Nós vamos — Namjoon corrigiu. — Se ela quer voltar para a vida de Jeongguk, precisa aceitar todas as partes dele.

Jimin assentiu e fechou o notebook, procurando pelo olhar reconfortante de Taehyung, mas ele parecia igualmente perdido. Perguntou:

— E o quê vamos dizer a ela?

— A verdade — Hoseok respondeu, com certa amargura na voz. — Ela que tire as próprias conclusões de tudo o que vai ouvir aqui.

— Alô? — A voz chiada voltou a reverberar pelas paredes e Hoseok deu passos largos em direção à porta, revelando a imagem da mulher que tinha os mesmos olhos de Jeongguk, só que sem estrelas, ou qualquer outro brilho.

— Jeongguk não está — disse, sentindo o nó na garganta surgir ao encará-la e perceber a familiaridade na aparência dela.

— Onde posso encontrá-lo? — perguntou, tentando olhar por cima dos ombros de Hoseok.

— A senhora pode entrar, por favor? — Ele deu passagem, apontando para o caminho com as mãos.

Eunbi hesitou, engolindo em seco. Seu coração disparou, pois as respostas não lhe eram dadas com facilidade e ela temia o motivo daquilo.

Jimin levantou-se em um impulso, sentindo-se tão pequeno que até parecia que os pulmões não cabiam dentro da caixa torácica. Quando o corpo dela se fez presente no estúdio e a porta foi fechada, aspirou todo o ar, sentindo o cheiro do perfume acumulado no casaco pesado que ela retirava e pendurava no antebraço. Ninguém conseguia chegar perto dela, indicar o cabideiro logo atrás ou pedir para que se sentasse.

— Como a senhora chegou até aqui? — Taehyung perguntou, curioso, rompendo o silêncio.

— É... — Pigarreou, nervosa. — Nos nossos últimos telefonemas, Jeongguk disse alguma coisa sobre esse estúdio, que era tatuador aqui.

Todos entreolharam-se. Namjoon ainda lembrava-se do motivo de Jeongguk ter dito aquilo, uma espécie de teste para comprovar que a mãe não se afastaria mesmo depois de descobrir o que realmente gostaria de fazer da vida.

Assentiu, dando um sinal para que ela continuasse.

— Liguei para eles todos os dias, mas o celular vive sem sinal. Nem mesmo no ano novo ele me procurou, fiquei preocupada e pedi ajuda para um dos clientes da lanchonete onde eu trabalho. Os jovens conseguem tirar qualquer informação da internet. — Deu de ombros e sorriu, por mais que lágrimas acumulassem no canto dos olhos. Suas palavras eram ouvidas e a tensão não se dissipava. Eunbi podia sentir algo oculto naqueles braços cruzados e nos lábios mastigados de nervosismo.

Asian Scars × jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora