51. Penumbra

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Oiê genteee

Eu sei que é chato pedir, mas eu gostaria muito que vocês comentassem mais e deixasse um votinho, pode ser só no final, não tem problema.

Essa reta final da história tá mexendo muito comigo e toda vez que posto capítulo novo fico meio baqueada das ideias. Enfim... Espero que gostem :)

#CodinomeFlamingo

As janelas ainda estavam cobertas com papel pardo e a mancha de mofo no teto permanecia escura. A lâmpada amarela iluminava o pequeno apartamento de uma forma irritante e familiar. Jimin estava sentado no chão, com as costas apoiadas na parede enquanto o olhava com lágrimas nos olhos, brilhando com aquela mesma dor do inevitável.

Jeongguk se desesperou e tentou correr em direção a ele, no entanto, a cena mudou de repente e tudo o que conseguia ver eram os lábios de Jimin sussurrando dentro de uma cabine do banheiro da Universidade de Yonsei:

— A polícia.

Abriu os olhos em um ímpeto de fuga, o corpo completamente imóvel, como se tivesse sido atingido por uma paralisia do sono e o peso em seu peito o prendesse na cama. As janelas eram cobertas por cortinas na cor creme que deixavam um pouco da luz da manhã passar. Nas paredes brancas não havia manchas e o carpete era gostoso de pisar.

Percebeu-se sozinho na cama e xingou Jimin mentalmente por sempre ser o primeiro a acordar. Despertar de um pesadelo como aquele e tê-lo ao lado parecia ser o melhor dos cenários, pois tentar mover o corpo à sua procura indicava que havia um pedaço seu, bem mais aparente do que desejava, que precisava criar mais certezas de que ele estaria por perto, de que o pesadelo era apenas uma forma de ser lembrado do passado.

Andou até a sala e ele estava lá, sentado à mesa de centro com as pernas dobradas, teclando alguma coisa no notebook e fazendo algumas perguntas para alguém que Jeongguk não conseguia ouvir as respostas devido ao fone nos ouvidos dele. A voz de Jimin era baixa, vivendo o seu dia pensando no sono alheio.

O cabelo estava penteado, secando naturalmente depois do banho. Cheiro de café exalava pelo apartamento e fumaça saía de uma caneca ao lado dele. Jimin sorveu o líquido algumas vezes antes de Jeongguk perceber que estava parado no mesmo lugar por longos minutos, dissociando sem saber se era o despertar recente ou se era o seu cérebro precisando racionalizar a presença de Jimin.

— Café? — Jeongguk perguntou, dilatando as narinas para cheirar melhor.

— Bom dia, neném — Jimin disse, percebendo-o. Seu tom de voz era tão acolhedor que Jeongguk sentiu algo doer dentro do peito, ainda era cedo demais para a sensação do pesadelo deixá-lo seguir o dia tranquilamente. — Passei no mercado hoje e comprei algumas coisas. Pensei em fazermos kimchi, o que acha?

— Eu dormi tanto tempo assim? — Franziu o cenho, olhando para os raios solares que incidiam através das janelas e percebendo as inúmeras tarefas que Jimin havia feito dentro daquelas horas da manhã.

— Deve ser o jet lag, com o tempo você se acostuma. — Jimin abraçou os joelhos, observando-o despertar.

— Podemos fazer, sim. — Jeongguk começou a andar em direção à cozinha, respondendo atrasado às perguntas e, antes de desaparecer no outro cômodo, disse. — Bom dia, meu amor. — E ganhou um beijo jogado no ar só porque Jimin não se aguentava ao ouvir aquelas palavras naquela voz, ditas por ele.

— Eu ainda estou aqui — Taehyung disse, a voz rouca ecoando nos fones de Jimin, que os desconectou e deixou que o rosto bonito do amigo preenchesse a tela, sorrindo com a língua que Jimin mostrava.

Asian Scars × jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora