43. O delator

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Jimin engoliu em seco, olhando para a expressão de raiva e decepção do pai que criava as próprias respostas dentro da cabeça, já que o filho permanecia mudo.

Taehyung entrou na frente de Jimin e pegou o papel das mãos de Kwan, virando-se para o policial logo em seguida.

— Obrigado, agente Shin... — disse, olhando para o nome cravado no uniforme do oficial. — Contamos com a sua presença nas redondezas. — E empurrou os outros dois para dentro de casa, deixando que a adrenalina do momento caísse e a realidade tirasse o ar dos pulmões de Jimin.

Mal o calor da casa foi sentido, Kwan disparou as perguntas.

— Agora me diga Jimin, por que um agente policial apareceu na nossa porta entregando uma medida protetiva? Por que você corre perigo?

As perguntas foram se acomodando em cada móvel da sala, sentando-se no sofá à espera. Jimin permaneceu em silêncio, com tudo e nada passando pela sua mente. Como explicar ao pai que fumou maconha e se apaixonou pelo traficante que lhe vendeu a droga? Como explicar que de tempos em tempos, vai à penitenciária de Dongbu visitá-lo, recebe e escreve cartas para ele?

— Eu... — Tentou começar, mas tudo parecia estranhamente errado de confessar. — Eu tenho um relacionamento com uma pessoa que se envolveu com algumas coisas erradas. — Cada palavra saiu lentamente, com pausas entre elas, como se pensasse no que diria assim que abriu a boca.

Seu pai era a única pessoa com quem sabia que não teria argumentos. O amor que sentia por Jeongguk seria reduzido a pó, suas ações seriam tidas como um crime e a decepção faria morada nos olhos expressivos de Kwan.

— Ele foi preso, eu estava na penitenciária, visitando-o.

— Você se prestou a esse papel? De ir na porta de penitenciária visitar bandido?!

Jimin engoliu o amargor que surgiu de repente na boca e fechou os olhos, lutando contra a raiva que sentia crescer em seu peito. No entanto, não se segurou e a sua voz saiu mais alta do que esperava.

— O quê você queria que eu fizesse?! Que eu o abandonasse como a mãe dele fez? Que eu fingisse que não o conhecesse depois de tudo o que vivemos? Ele só está lá porque não teve o apoio que eu tive quando se assumiu. Ele só está lá porque não teve pais tão perfeitos como você.

— Do quê você está falando? — Kwan perguntou, sem entender se o discurso de Jimin era ironia, ou não.

— Ele foi jogado na rua aos 16 anos. — Respirou fundo, sentindo a visão embaçar pelas lágrimas que surgiram, embargando a sua voz. — Não estou querendo justificar nada aqui, pouco importa o que você acha dele, ou da minha índole por ter me envolvido com ele. A questão é que, ele não tem culpa da forma como o trataram e de todas as consequências que surgiram a partir disso. Nada disso mudou quem ele é e os motivos que me levaram a me apaixonar por ele.

— Amor? Você está falando de amor? Que amor é esse que te deixa em perigo, meu filho?

— O senhor não faz ideia... — Não conseguiu concluir a frase, deixando que as pernas perdessem a força e buscasse o conforto do sofá, chorando entre as palmas das mãos ao se lembrar do momento em que Jeongguk decidiu se afastar para mantê-lo em segurança e Jimin realmente achou que morreria de amor.

— Então me explica. — Kwan sentou-se ao seu lado, demonstrando um pouco de compreensão.

— O senhor vai entender? — Jimin olhou para ele, repetindo uma das perguntas que Jeongguk o fez antes de abrir o seu coração e o seu passado.

Asian Scars × jikookWhere stories live. Discover now