If I was Going to Regret It Anyway

Capítulo 88

"Vossa Graça, eu entrarei."

Philip abriu a porta e entrou. Mesmo tendo batido por um longo tempo sem qualquer resposta, Daryl estava sentado em sua mesa, sem expressão. Uma garrafa e um copo vazios estavam sobre a mesa.

"...Tua graça."

Daryl não demonstrou reação. Seus olhos desfocados e seu corpo imóvel pareciam os de uma pessoa enfiada naquele lugar.

"Chegou uma carta do Conde Saunders. Parece ser a carta que você mencionou antes."

Com essas palavras, as pontas dos dedos de Daryl se contraíram levemente. Philip retirou a garrafa e o copo e colocou uma carta grossa em seu lugar.

"Conforme você instruiu, eu não abri o interior. Por favor, verifique você mesmo.

Philip baixou a cabeça e saiu do escritório. Daryl lentamente estendeu a mão para a carta. E sem usar um estilete, ele rasgou grosseiramente a borda do envelope.

[Para Daryl.

Eu disse a Douglas para não entregar esta carta se você não se casasse com Eleanor. Se você está lendo esta carta, significa que aceitou meu testamento.

Você foi uma criança que cresceu rápido e quase não tive que cuidar de você enquanto te criava. Por causa disso, Anthony e Layla se sentiam como pirralhos.

Todos os outros membros da família ficaram ressentidos comigo por causa da família Townsend, mas você nunca disse nada até o fim. Claro, isso não significa que eu ache que você não tenha tido nenhuma reclamação contra mim. Pelo menos durante o ano até minha morte e a chegada desta carta, você deve ter ficado muito ressentido comigo.

Acredito que você deve ter se perguntado por que esse pai deixou tal testamento para você e por que não houve explicação. E por que essa carta chegou um ano depois, vou explicar tudo isso a partir de agora.

Primeiro, escreverei por que patrocinei a família Townsend ao longo dos anos. Não é, como o mundo suspeita, que eu tenha tido um relacionamento ilícito com a falecida Lady Townsend. Eleanor é definitivamente filha do ex-conde de Dashwood. Este é um fato inegável. Posso jurar por tudo o que tenho. Mas eu tinha um motivo para apoiar ela e sua mãe, apesar de todos os rumores e da oposição de nossa família. Você sabe bem que eu me dedicava mais à caça do que a qualquer outro hobby. E não esportes leves como caçar raposas em grupos, mas caça séria onde rastreio presas sozinho em florestas profundas ou montanhas. Esse foi o único momento em que pude esquecer todo o resto e ficar completamente sozinho.

Havia um cervo chamado Silverhorn. Segundo rumores, era 1,5 vezes maior que o cervo comum e tinha chifres esplêndidos. Foi chamado de Silverhorn porque seus chifres eram ligeiramente prateados. Foi tão ágil e evasivo que ninguém conseguiu pegar Silverhorn. Era uma espécie de cervo lendário entre os caçadores.

Naquela época, eu estava constantemente perseguindo um Silverhorn com a intenção de caçá-lo com minhas próprias mãos. Naquele dia, também, eu estava rastreando Silverhorn sozinho. Não estava dentro do território do duque nem era um local de caça legalmente reconhecido, mas não me importei.

As pessoas que me conheciam ficariam surpresas se soubessem disso. Porque sempre trilhei o caminho que todos acreditam ser o certo. Mesmo quando eu era jovem, nunca experimentei um pequeno desvio. Mas tal crença nunca nasceu de um coração puro.

As pessoas diziam que eu tinha tudo, mas nunca fui feliz. Tudo o que existia na minha vida era o vazio.

O fato de que estou confessando agora é algo que nunca confiei a mais ninguém.

Não conheço a emoção chamada amor. Nunca amei ninguém em minha vida. Nem meus pais que me deram à luz e me criaram, nem minha irmã Cecília que sempre foi como uma mãe, nem minha única esposa Edith, nem mesmo meus filhos, inclusive você, com quem compartilho sangue.