Capítulo 1 - Parte 1: O Meu Início de Tudo

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Às 7:30 da manhã fui acordada de um pesadelo. Sonhei que havia um homem tentando me matar e eu nem ao menos o conhecia.

Levantei e vi que minha mãe ainda estava deitada, o que era estranho, já que ela saía de casa às 7:15 da manhã para trabalhar. Gritei ''mãe'' umas três vezes na porta de seu quarto e na quarta vez ouvi um gemido, como um murmúrio por ter sido acordada, mas não dei muita bola. Achei que ela estivesse cansada, já que ela andava trabalhando muito e estava muito estressada. No dia anterior ela também não havia ido trabalhar.Entrei no banheiro e estava me sentindo com o corpo pesado, isso pelo fato de eu ter me deitado tarde e acordado cedo.

''Obrigada, insônia''.

Deixei que a água morna escorresse pelos meus ombros, desfazendo os nós de tensão pela noite/madrugada mal dormida. Lavei meus cabelos, depilei as pernas, me enxaguei e saí do chuveiro. Não podia me dar ao luxo de gastar mais água e nem energia elétrica, já que eu não estava trabalhando para contribuir com as contas da casa, visto que meu último emprego, meia boca e no cú do mundo, foi há seis meses.

Mas, quem liga?

Saí do banheiro e parei novamente na porta do quarto da minha mãe e coloquei a cabeça de lado na porta na tentativa de ouvir qualquer barulho que indicasse que ela já havia levantado. Mas não ouvi nada e acabei deixando pra lá, pensei de novo no quanto estava sendo difícil para ela pagar todas as contas e colocar comida na mesa de casa. Sozinha. Me senti uma inútil e tive raiva por ser quem era: um ser humano que vegeta sem estar em estado vegetativo, se é que me entendem...

Entrei no meu quarto e acendi a luz. Nada fora do normal ali. Havia somente a minha cama desarrumada. Para falar a verdade, sempre fui organizada e sempre gostei de limpeza e o meu quarto, assim como toda a minha casa, era prova exata daquilo.

Escolhi uma calça jeans, uma blusinha preta com renda nas costas e um tênis all star branco e peguei a minha bolsa preta. Eu estava confiante que conseguiria passar na entrevista de emprego que teria naquela manhã. Dei uma última olhada no espelho para conferir meu visual e gostei do que vi. Casual, porém profissional.

Abri a porta do apartamento e vi que as escadas estavam cheias de lixo, papéis e jornais amassados. Aquilo era muito estranho, já que a faxina no condomínio era feita diariamente e sem falta. Mas a pior visão que tive foi do lado de fora do prédio. O caos tomou conta de tudo o que os olhos podiam alcançar. Carros em chamas, prédios depredados, barreiras de pneus e entulho no meio da rua. Eu gostaria de saber por que eu não ouvi barulho ou movimentação estranha na rua na noite anterior, mas pensando bem, eu dormi com os fones de ouvido no último volume ouvindo Punk Rock e Metal.

Fora que eu também tenho o sono pesado...

Merda.

Fiquei parada no meio da rua, em frente ao meu prédio, observando aquele cenário que mais parecia saído de um filme de guerra. Alguns minutos se passaram e eu percebi no final da quarteirão, um aglomerado de pessoas vindo em minha direção. Quando estavam se aproximando, percebi que de suas bocas escorriam uma gosma enegrecida, tinham o andar trôpego, suas peles estavam pálidas e flácidas, com uma coloração meio cinza/esverdeada e suas veias eram arroxeada, seus olhares eram vidrados e todos sibilavam algo estranho. Na realidade, eles grunhiam.

Achei que fosse alguma pegadinha.

- Ei, galera, não tem graça. Por que tudo isso? - Mas ninguém me respondeu e começaram a me rodear, surgindo cada vez mais deles.

E como em uma pegadinha de Silvo Santos, eu corri desesperadamente. Acabei dando de cara com outro grupo igual àquele. Corri em direção ao meu prédio. Subi os lances de escada de dois em dois degraus. Meu coração estava batendo tão rápido, que eu podia sentí-lo batendo contra o meu peito. Puxei o chaveiro da bolsa, abri a porta e me recostei atrás dela.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang