Capítulo 31: Feliz Natal!

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Nos reunimos em uma das salas de estar mais decorada da casa. Todos usavam suas melhores e mais bonitas roupas. Lúcio, como sempre, havia se encarregado de cuidar do som e no presente momento, uma música chiclete soava alto e ecoava pelos alto falantes de seu aparelho portátil.

Minha melhor amiga estava linda. Usava um vestido salmão florido e super decotado. Sua barriga proeminente estava lindamente marcada por aquele tecido leve.

– Não, mãe. Coloque essa bandeja na outra mesa. – ela disse, instruindo Marlene a retirar uma bandeja de mousse de maracujá de uma mesa e passar para outra, só com sobremesas.

Íris já estava presente. Tão natural quanto à luz do dia. Em uma coisa eu tinha que concordar, ela era uma mulher muito bonita. A Barbie Maligna estava sentada em uma poltrona do outro lado da sala e me viu entrar no cômodo, me encarou com um brilho peculiar nos olhos. Ian estava sentado ao seu lado e lhe falava alguma coisa, mas ela parecia absorta naquela conversa. Tinha olhos somente para mim. Nosso contato visual foi quebrado por Pente Fino me entregando um copo com um líquido gasoso alaranjado.

– Ah, obrigada. – respondi e peguei o copo.

– Devo admitir, sua amiga caprichou com tudo isso. – ela disse.

Realmente. Estava tudo perfeito: a decoração, as comidas, as bebidas. Todos os envolvidos estavam se divertindo, felizes, ou pelo menos, animados. Toda a tensão dos últimos acontecimentos se dissipou naquela noite.

Lúcio tirou a pequena Stella para dançar uma música da Anitta. Ele era ótimo com crianças, aliás, com qualquer pessoa. Todos gostavam do meu melhor amigo ficando apenas cinco minutos ao seu lado. A menina parecia estar se divertindo em sua primeira festa de natal. Tira-la do quarto e a convencer que não havia mortos perambulando pela casa foi tarefa difícil.

Eu ainda não havia visto Lobo Selvagem desde que chegamos da cidade. Fausto entrou na sala conversando com Ariana. Ele estava muito interessado no que ela tinha a dizer. Sorri ao vê-los juntos. Tinham quase a mesma idade, então se entrosariam rápido. Águia e Tonho cochichavam algo próximo a mesa com bebidas alcoólicas. Pararam ao me ver observando-os. Sorriram sem graça e Tonho acenou timidamente para mim. Acenei de volta.

Peguei meu copo de refrigerante e o beberiquei.

– Por que está bebendo isso? – Brígida perguntou ao olhar o copo em minha mão. – Vou pegar uma bebida mais forte pra você.

Ela deu dois passos para longe de mim, mas a segurei pelo braço.

– Não precisa. Estou bem. Sabe o quanto sou fraca pra beber, não quero dar vexame na sua festa.

– Tem um tempinho que não te vejo bebendo nada... Se eu não te conhecesse, diria que está grávida, como eu. – ela riu alto, tentei acompanhá-la, mas aquilo não tinha graça alguma. 

Eu estava grávida.

– Imagina que loucura... – foi só o que consegui dizer.

– Quando éramos pequenas, prometemos casar e engravidar juntas. Vivíamos falando sobre isso...

– Os tempos são outros, Brígida. Por favor, não começa. – depositei meu copo em uma mesinha e saí apressada daquele cômodo.

Meu peito queimava. Eu estava com falta de ar. Entrei no primeiro cômodo que vi. Me escorei atrás da porta e respirei fundo algumas vezes.

– Tá tudo bem? – uma voz grave e perigosa perguntou próxima demais a mim.

Me assustei, o que fez com que eu me virasse e encarasse a sala quase totalmente escura.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora