Capítulo 3: A casa da Mãe Joana

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Chegando na casa da esquina, Benny me segurou pelo braço ao ouvir, antes de mim, um barulho vindo de dentro da casa.

– ''Shiii''... – Ele sussurrou.

– O que foi? Eu não estou ouvindo nada. – Eu olhei ao redor e não vi nada de anormal naquele cenário.

– Fica quieta. – Ele disse ao tomar à dianteira e entrar silenciosamente na casa. – Fique atrás de mim e faça o que eu mandar.

Obedecendo as ordens, fiz exatamente como ele disse. Posicionei-me atrás dele e o segurei pela camisa. Ele estranhou a princípio, mas não falou nada.

Começamos a inspeção do local. 

Primeiro a sala. Não era um lugar muito grande. Havia dois sofás formando um L ao contrário, uma pequena mesinha de centro com dois copos, do que pareciam estar servidos com um suco de cor vermelha e uma pequena lareira de frente para os sofás. As paredes eram de um amarelo claro e as cortinas eram verdes. À esquerda, havia uma escada que levava ao segundo andar. Mais a frente, atrás de um dos sofás, havia uma porta fechada. Nos conduzimos nessa direção. Benny se armou com atiçador de lareira. Sem hesitar, ele abriu a porta e avançou. Também não havia nada no interior, do que descobrimos ser uma cozinha. Uma geladeira estava na mesma parede da porta que abrimos e à direita, um fogão de seis bocas. De frente para onde estávamos, pratos estavam no escorredor de louças. E à nossa esquerda, havia uma mesa com quatro cadeiras e em cima dela uma fruteira vazia. Na mesma direção da mesa, no final da parede, havia outra porta, que dava para o quintal, percebia-se isso pela grande janela em cima da pia. Benny correu e verificou a fechadura dessa porta. Estava aberta e ele resolveu trancá-la e verificar o quintal por último. Voltando a sala, já que não havia mais cômodos na parte de baixo da casa, ele foi em direção à porta por onde entramos e a encostou, sem passar o trinco. Subimos a escada, que era coberta por carpete, assim como todo o chão da sala. Estava cheia de brinquedos espalhados. Fizemos o mínimo de barulho ao passar por eles. Chegando no topo da escada, tínhamos a visão de três portas. Uma logo em frente à escada. Uma na direita e outra no final do corredor.

Enquanto Benny estava entrando no banheiro, uma mulher usando: um pijama de bichinhos, pantufas, bob's em boa parte do cabelo - deixando várias mechas soltas - e que estava enrolada em um roupão rosa pulou em cima de mim, me jogando contra a parede. Eu tropecei e nós duas rolamos escada a baixo. Ela estava como a minha mãe e as pessoas na rua da minha casa. Morta e ''viva''. Quando cheguei no fim, após ter descido a escada como Regan McNeil, a menina possuída do filme O Exorcista, percebi, por uma olhada rápida no andar de cima, que Benny estava lutando com alguém.

Eu ainda não tinha a habilidade de usar o karatê que aprendi com os filmes do Jack Chan, mas golpeei a barriga da mulher com um chute tão forte, que eu senti como se tivesse chutado um colchão d'água. Ela rolou para o lado e logo estava erguida em seus membros, como se ela fosse um animal quadrúpede. Pulou novamente sobre mim, ficando em cima do meu corpo. Seu grunhido era diferente, era mais alto, como um rosnado. Ela se baixou para me dar uma mordida fatal no pescoço e foi quando um ferro atravessou seu crânio e ela ficou inerte por alguns momentos, antes de cair de lado, me sujando toda com seu sangue negro.

Meu salvador estava em pé diante de mim.

– Estava tudo sobre controle. – Eu ironizei aliviada.

– Disponha. – Ele estendeu uma mão para que eu me levantasse.

–Está tudo bem lá cima? Vi que você estava lutando com alguém. – Eu queria parecer indiferente, para não demonstrar que havia ficado preocupada com ele.

– Sim. Eu verifiquei o banheiro e um dos quartos. Ainda falta o quarto no final do corredor, mas não ouvi barulho algum vindo de lá. Vamos até lá dar uma olhada? – Eu acenei positivamente com a cabeça e subimos, de novo, as escadas.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosDove le storie prendono vita. Scoprilo ora