Capítulo 29 | Parte 1

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– Isso é mesmo necessário? – Henri perguntou ao olhar embasbacado para o gigantesco pinheiro em pé entre o vão da escada bifurcada.

– Claro. Nada mais natalino do que uma árvore super enfeitada no meio da casa. – Lobo Selvagem a observava maravilhado.

– Não podemos esquecer do real significado do natal: o nascimento do nosso senhor Jesus Cristo. – Tonho disse, ele estava podando alguns galhos da árvore.

– Eu já estava chegando lá, camarada. – Lobo Selvagem respondeu e sorriu.

Os olhos de Stella brilhavam mais do que as luzinhas que seriam usadas para iluminar a árvore. Ela estava encantada com todos os enfeites coloridos ensacados no chão, esperando a hora de ornamentá-la. Lobo Selvagem havia se empenhado bastante para consegui-los. Fez várias incursões pelas redondezas até encontra-los. Ele estava muito animado com aquele evento. E com outros mais.

Pente Fino e Águia estavam descendo a escada bifurcada quando se surpreenderam com nossa mais nova aquisição.

– Uau. Então essa parada de natal é mesmo séria. – ela disse.

Nos entreolhamos, mas ela ainda não conseguia me olhar nos olhos.

– Eu te falei. – Águia respondeu e passou o braço pelo ombro dela, abraçando-a.

Íris e Benny entraram pela porta principal da casa. Eles estavam de mãos dadas. Fingi não notá-los, mas era impossível negar o quanto ver aquilo havia me chateado.

– Que patético. – Íris murmurou alto o suficiente para todos os presentes ali ouvirem.

Benny não respondeu ao comentário, apenas continuou caminhando e seguiu por um dos corredores da casa com a Barbie Maligna em seus encalço.

– Vixi, alguém aqui não gosta do natal. – Henri disse.

– Ainda bem que é uma porcentagem ínfima. – Lobo Selvagem respondeu e não deu mais bola para aquele comentário negativo. – Vamos, tenho uma surpresinha 'pra' você. – ele me puxou pela mão.

Saímos da casa principal em direção à casa dos fundos. A nossa casa. Ele tirou um lenço do bolso.

– Vire-se. – ele pediu e me virou na direção oposta a dele.

Passou o lenço pelos meus olhos e o amarrou atrás da minha cabeça.

– O que está fazendo? – perguntei e tentei tirar a venda, mas ele me impediu.

– Não estrague a minha surpresa, mocinha.

Me pegou pela mão e me conduziu delicadamente pela porta de entrada da casa. Demos poucos passos e paramos. Ele abriu uma porta e um leve cheiro de tinta permeou o ar.

– Prontinho. – ele disse e retirou o lenço dos meus olhos.

Eu estava diante de um quartinho de bebê. Havia um berço novinho com um mosqueteiro perolado caído cobrindo-o delicadamente. Havia também um guarda roupa, uma cômoda da oito gavetas e uma cadeira de amamentação. Os móveis eram brancos em contraste com os vários brinquedos super coloridos que enfeitavam as prateleiras nas paredes. O papel de parede era neutro, cinza e amarelo claro.

Eu estava em choque. A realidade estava me dando outro tapa no meio da cara. A vontade de sorrir e chorar duelavam entre si dentro de mim. Uma delas estava ganhando feio. Uma lágrima escorreu rápida pelo meu rosto. Lobo Selvagem me abraçou forte, reconfortando-me em seus braços até eu me acalmar.

– Não gostou? – ele estava de cenho franzido, genuinamente preocupado com minha opinião.

– Como eu não poderia gostar de tudo isso? – indiquei o quarto. – Eu não esperava por isso, juro que não.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora