Capítulo 27: Em casa

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O caminho da cidade até em casa geralmente era feito em meia hora, isso no ônibus de Águia. De carro talvez gastássemos menos. Observei a ''paisagem'' do meu lado direito. Não estava a fim de olhar para frente e correr o risco de olhar, sem querer, para Benny. Apoiei a cabeça no encosto do banco atrás de mim e engoli em seco algumas vezes. O movimento do carro estava me deixando enjoada. Fechei os olhos e desejei que já tivéssemos chegado. Respirei fundo, tentando conter a ânsia de vômito.

- Tá tudo bem? - Benny perguntou, mas não respondi de imediato.

- Tô ótima, não está vendo? - eu disse grosseiramente e antes que eu pedisse, Benny encostou o carro e saí dele como um foguete, me abaixando sobre os joelhos e vomitando até a alma.

Benny saiu do carro e me amparou. Segurou minha testa, mas afastei sua mão desastrosamente e o empurrei para longe. Após me recuperar, me escorei no carro e limpei a boca com a manga da blusa de frio que vestia. Achei que os enjoou haviam acabado. Há vários dias que eu não os sentia. Devo acrescentar isso ao fato de eu estar estressada, ansiosa, brava e sentindo mais de um milhão de sentimentos em demasia.

Entrei novamente no carro, mas dessa vez não afivelei o cinto de segurança. Eu havia me sentindo sufoca com ele. Benny girou a chave na ignição e nos colocou novamente em movimento naquela estrada de terra.

- Eu adoraria ser o pai dessa criança que tá crescendo aí dentro... - Benny olhou diretamente para a minha barriga.

- Isso não é problema seu, lembra? - respirei fundo, tentando manter o pouco do controle que ainda tinha sobre as minhas emoções.

- Melina...

- Vamos dar esse assunto por encerrado. Acho que tudo o que tínhamos para dizer já foi dito.

Só os barulhos do motor do carro eram ouvidos em meio aquele silêncio aterrador que se instalou entre nós.

- Não encontrei o farmacêutico e nem a mulher dele durante a minha inspeção na farmácia. Possivelmente fugiram ao se serem desmascarados. Também não achei a morta-viva no porão. - ele disse por último.

Aquilo era estranho. 'Pra' onde será que eles haviam ido? Será que estavam procurando por Pente Fino e eu? Descansei a cabeça no encosto do banco novamente e fechei os olhos. Eu queria deixar tudo o que havia acontecido de ruim nos últimos dias para trás.

Senti um solavanco leve quando estacionamos na entrada principal da casa. Saí do carro sem olhar para trás. Subi a escadaria em leque e senti minhas pernas pesadas como sacas de cimento. Antes de passar pelo átrio de entrada da antessala, um par de braços de rodeou e quase me sufocou. Era Brígida. A abracei de volta. Sua barriga proeminente cutucou a minha, o que fez com que me afastasse sutilmente dela. Dali há alguns meses a minha barriga estaria daquele tamanho, o que me deu um choque de realidade.

- Que susto você nos deu, sua sapeca. Como você está? - Brígida perguntou, ansiosa, me segurando pelos ombros.

- Estou bem, não se preocupe.

- Não tem como eu não me preocupar com você. Você é minha melhor amiga, ou melhor, te considero como uma irmã. Nunca mais faça isso conosco, ouviu?

Beijei sua bochecha e a abracei novamente. Passei meu braço ao redor de seus ombros e entramos na casa.

- Seu irmão está na cozinha, vou chama-lo. - ela disse e se sumiu pelo corredor à direita da casa.

Lobo Selvagem descia a escada bifurcada verificando o armamento que carregava consigo. Ele me olhou distraído e olhou uma segunda vez para ter certeza que eu estava realmente ali. Desceu trotando os degraus restante e me abraçou, me erguendo no ar.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin