Pente Fino

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Aquela seria somente mais uma viagem de trabalho para Susana, que trabalhava para uma facção criminosa internacional de tráfico de drogas, com ramificações no Brasil. Ela era o que vulgarmente são chamadas de ''mula'' - que são pagas para transportarem cápsulas com drogas em seus estômagos, levando de um país ao outro - . Seria uma atividade fácil, se não fosse tão perigosa e ilegal...

Susana tinha uma presença notável. 1,80 cm de altura, seu corpo era enxuto e parecia que era adepto à musculação. Ela poderia facilmente ser loira ou morena, que continuaria tão bonita quanto à ruiva que era. Ela tinha o visual de uma mulher de negócios. Negócios estes que não lhe davam direito ou benefícios trabalhistas, mas que poderiam lhe render uma pesada condenação por tráfico de drogas, se ela fosse pega. Ela já havia perdido as contas de quantas vezes havia saído do país para aquela finalidade criminosa. O homem para quem ela trabalhava - um ''Manda-Chuva'' do tráfico de drogas, Armando Gonzáles - ameaçara de colocar a vida de sua irmã em perigo, caso ela tentasse sair dos negócios ou contatasse a polícia.

Ela entrou porque quis nesse mundo, mas não calculou os riscos da ''profissão'' e acabara ficando presa a ele...


Naquele fatídico dia, ela estava no aeroporto como de costume. Bonita e muito bem vestida. Ninguém diria, à primeira vista, que aquela bela mulher estava perpetrando ações criminosas... Ela estava na fila do check-in quando um homem esbarrou nela, derramando chá gelado em sua blusa azul de seda.

- Me desculpe, senhorita. Que desastrado que eu sou, eu não te vi. Eu sinto muito. - O homem disse, um tanto preocupado.

- Qual o seu problema? Por que não olha por onde anda? - Susana disse aquilo e tentava encontrar um lenço dentro de sua bolsa para se limpar, mas o estrago já havia sido feito e ela estava encharcada por aquele líquido.

Ela se afastou da fila e acabou deixando seus documentos caírem no chão e foi quando o homem se aproximou dela novamente para ajudá-la a recolher os papéis.

- Eu sei o que está fazendo. Sou um policial disfarçado. Não tente correr, porque o aeroporto está cercado. Você está sendo filmada nesse momento. Sabemos que está transportando as drogas. Nós queremos prender o seu chefe, Gonzáles, e se nos ajudar, podemos te ajudar também. - O homem se levantou e entregou para ela os documentos que havia pegado no chão. - Vá até o banheiro se trocar, uma equipe estará te esperando lá. E nem tente fugir, sabemos tudo sobre você. Garanto que não será difícil acharmos sua irmãzinha... Lembre-se: cada passo seu está sendo vigiado.

E da mesma forma que o homem chegou, ele foi embora: sem olhar para trás. Aquele policial estava levando o disfarce à risca, pois mais se parecia com um turista perdido dentro do aeroporto, do que com um homem da lei em serviço.

Ela ficou em estado de choque por ter sido descoberta novamente pela polícia. Já havia se passado muito tempo desde sua última prisão e ela não acreditava que estava sendo investigada por todo aquele tempo. Ela era cuidadosa, mas a polícia era mais esperta do que ela julgou ser.

Susana caminhou para a saída do aeroporto, mas percebeu olhares em demasia em sua direção. Ela queria fugir de outra condenação, mas quanto mais caminhava na direção oposta a qual fora instruída, mas sentia o peso dos olhares a sua volta sobre ela. Viu quando um homem - alto, careca e usando um terno - falou algo em seu rádio e um momento depois alguns policiais federais, vestidos de preto dos pés à cabeça, se prostrarem próximos à saída a qual ela escolhera passar. Deu meia volta, puxando sua mala de rodinhas, e percebera mais ''homens de preto'' espalhados pelo hall do aeroporto. Havia dois cães pastor alemão seguros por grossas coleiras e pesadas correntes com dois policiais mal encarados estrategicamente posicionados em outra saída.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora