Capítulo 16: Pregos x Pneus | Parte 6

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Nossa viagem de volta foi tão tranquila quanto na ida. As pessoas estavam mais falantes e menos tensas. Comemoravam pelo fato da incursão ter tido êxito, além de ter sido rápida. Benny ainda estava mais sério do que de costume, o que me preocupou. Eu já havia me acostumada às suas caras e aquela em questão era a que ele sempre usava em situações de estresse e pressão. Resolvi não incomodá-lo, por isso não conversamos durante o trajeto.

Algo estava diferente naquela cidade. A van reduziu a velocidade. Descemos do veículo e observamos o local. Um som repetitivo ecoava não muito longe dali.

– Droga. Entrem na van. Agora. – Benny gritou ao analisar o cenário.

– O que está acontecendo? – um dos homens de Lourenço perguntou, mas ninguém o respondeu.

Entramos novamente na van e o motorista nem aguardou fecharmos a porta, logo acelerou e nos conduziu para a direção oposta.

– Oh, meu Deus. – o motorista exclamou ao frear bruscamente.

Uma horda de ''famintos'' havia alcançado aquela área e estavam por toda a parte na escola.

– Vamos. Abra a porta. – Águia gritou com o homem sentado a sua frente, que estava mais próximo da porta de saída do veículo.

Pelo seu olhar arregalado, ele estava morrendo de medo de enfrentar o que estava do lado de fora.

– Anda, homem. – Águia pediu novamente.

Lourenço estava ao lado do seu companheiro de grupo e curvou-se sobre ele, liberando a passagem.

– De onde eles estão vindo? Não havia tantos deles na estrada a caminho daqui. – Lobo Selvagem perguntou.

Engatilhou uma espingarda e efetuou um tiro certeiro no ''faminto'' que se aproximava.

– Do galpão... – Lourenço respondeu em um sussurro.

Todos direcionaram os olhares para ele que não esboçou outra reação a não ser culpa. Suas sobrancelhas estavam tão baixas que quase se fundiram com seus olhos.

Um grupo entrou na escola atirando nos ''famintos'' presentes e logo retornaram.

– Não há sinal de ninguém aqui.

Um cara gorducho e com a barba falha disse. Seu nome era Jefferson.

– 'Pra' onde o seu pessoal pode ter ido? Vocês tem um lugar seguro, não tem?

Benny perguntou, mas Lourenço parecia estar anestesiado olhando para os rostos conhecidos dos mortos que perambulavam a nossa frente.

– Lá em casa. Devem estar todos lá, inclusive o seu pessoal. – Kathlleen respondeu, atraindo a atenção para si.

– Nos leve até lá, então. – Benny pediu.

– Todos 'pra' van, vamos. – Águia gesticulou apressadamente para entrarmos no veículo.

Kathlleen assumiu a direção da van, deu meia volta e acelerou para longe dali. Estávamos novamente em uma estrada. Não demorou muito e tivemos que parar de novo. Um pequeno grupo de ''famintos'' vagava pela rua a nossa frente.

– Estamos muito longe da sua casa? – Lobo Selvagem perguntou.

– Não. Fica a três quarteirões daqui.

– Ótimo. Se as outras ruas estiverem com essa, não conseguiremos passar com o veículo. O jeito será seguirmos a pé.

Lobo Selvagem disse e o restante do grupo concordou.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosWhere stories live. Discover now