Capítulo 13: O Apocalipse e as Novidades

2.4K 300 135
                                    


Na entrada do hotel, havia uma recepção com dois computadores em cima do balcão de atendimento e duas banquetas altas o circundavam. À esquerda, havia uma ampla sala de estar com dois sofás beges de corino e uma mesa de centro com revistas aleatórias em cima. Seguindo o corredor mais a frente, tínhamos uma escada que conduzia aos andares superiores e ao final, uma porta aberta onde estavam visíveis algumas mesas dispersas. Provavelmente fosse o restaurante do lugar.

- Passaremos a noite por aqui. Então se acomodem e descansem um pouco. - Águia disse.

- Eu vou preparar algo 'pra' gente comer. A mesa será posta às sete. - Ariana disse, um pouco tímida.

- Eu posso ajudar. - Marlene sugeriu, o que fez os olhos de Ariana brilharem de contentamento.

- Isso seria ótimo, obrigada.

Ambas sorriram e subiram as escadas conversando animadoramente sobre o cardápio da noite. Conforme fomos subindo as escadas e alcançando os andares - que eram quatro ao total - as pessoas foram adentrando os quartos e se apossando deles. Muitos escolheram ficar no primeiro andar. Eu preferi me acomodar no segundo.

Deixei minha mochila cair na entrada do quarto, que havia uma cama de casal - coberta com uma colcha vermelha e branca com uma estampa floral -, uma mesa com quatro cadeiras em um dos cantos, um armário embutido e um banheiro pequeno. Corri ao banheiro e abri a torneira do lavatório, mas não havia água. Para me certificar, abri a torneira do chuveiro e tive a certeza que realmente não havia água no encanamento. Talvez fosse o registro hidráulico que estivesse fechado ou por termos algum problema com a caixa d'água. Voltei ao quarto, retirei o all star branco/encardido dos pés e me joguei na cama. Uma fina camada de poeira subiu ao ar e irritou minhas narinas, me fazendo espirar algumas vezes mais do que o necessário. Olhei em volta e vi o que seria a minha ''casa'' nas próximas doze horas, ou menos.

Me permiti pensar em minha mãe e vi que não sabia como ela havia sido infectada. No dia anterior a sua transformação, ela não havia ido trabalhar porque estava resfriada, mas ela não tinha marcas de mordidas pelo corpo, pelo menos não que estivessem visíveis para mim.

Merda.

Será que aquela praga estava no ar e os mais fracos imunologicamente estavam mais suscetíveis àquela doença?

Uma leve batida na porta do quarto me tirou de meus devaneios.

- Pode entrar. - Gritei ao me sentar na cama.

- Oi. - Brígida disse.

- Oi. Entra aí.

Brígida entrou e fechou a porta atrás de si. Andou calmamente até ficar ao pé da cama, me encarando.

- Podemos conversar um pouco? Estou uma pilha de nervos...

- Claro, sente-se aqui... - Dei uma batidinha no colchão para que ela se sentasse ao meu lado.

- Soube o que aconteceu atrás da igreja, como você está?

Nos demos as mãos.

- Estou melhor agora. Mataram a todos, inclusive as crianças. Agora me diz, o que um bebê faria contra aqueles assassinos? É matar ou morrer nos dias de hoje. No que acabamos nos transformamos?

Após uma pausa para tomar coragem, Brígida prosseguiu com a conversa.

- Mel, eu tenho que te contar uma coisa. - Pude sentir a insegurança na voz dela.

- O que foi? O que aconteceu?

- Estou grávida.

- Você o quê?

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora