Capítulo 38: Emboscada

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CROSSOVER - PARTE 3

O grunhido dos ''famintos'' era quase ensurdecedor e ecoava dentro da fábrica de geradores, assim como o barulho de metal contra metal que o único portal do lugar fazia ao bater no armário de ferro usado como barricada. Não havia outra saída. O grupo que nos surpreendeu, permanecia desconfiado, como se fossemos ataca-los a qualquer momento. Também tínhamos uma apreensão quanto a eles e por isso nos mantínhamos afastados.

- O que faremos? - Lobo Selvagem perguntou a Águia.

- Ainda estou pensando, rapaz. Paciência é uma virtude. - ele respondeu.

- Como sabiam que não estávamos sozinhos aqui quando entramos? - perguntei.

- Vimos o carro militar estacionando lá fora. Pensamos que fosse o cara que está com a Stella. - Pente Fino respondeu, tirou uma garrafa d'água da bolsa e a sorveu em grandes goles.

- Eu não confio nem um pouco nelas. - Lobo Selvagem as observara, uma mão estava instintivamente segurando a pistola no coldre em sua cintura.

- Temos que nos preocupar em sair daqui, depois pensamos no que fazer com elas. Não representam grandes ameaças no momento. - Benny disse.

O grupo vindo de Fernando de Noronha verificava seu armamento e munição taticamente, eram ágeis e se comunicavam entre si, falando apenas o necessário. A todo o momento nós as pegávamos nos observando. O mesmo fazíamos com elas. Fomos apresentados a elas, mas a desconfiança de um primeiro momento ainda permanecia.

Ouvimos alguém bater à porta. Era uma batida alta e insistente.

- Mãe, mãeeeeeee, tiaaaaas, vocês tem que dar um jeito de sair daí agora. - uma voz feminina e jovial gritou do outro lado, logo em seguida, ouvimos disparos de arma de fogo.

- É a Jaque? - Marina perguntou a Mônica.

As duas se encararam preocupadas.

Elas correram de encontro à porta e tentaram abri-la, mas Lobo Selvagem as impediu.

- Há muitos mortos lá fora, não podemos correr o risco de...

- É a minha filha que está lá fora. Sai da minha frente. - mas Lobo Selvagem se manteve irredutível. - Você é pai, garoto? - ela o questionou.

- Meu filho nascerá daqui a alguns meses...

- Então você sabe que faria tudo para mantê-lo seguro, não é? Daria sua vida por ele? Pois eu daria a minha por aquela garota que está lá fora. Agora, ou você sai da minha frente ou eu te tiro da minha frente, você escolhe. - Mônica sacou a pistola do coldre, as outras duas mulheres fizeram o mesmo.

Lobo Selvagem imprecou um xingamento e se afastou da porta. Marina e Andressa arrastaram o armário que servia de barricada, mas o portão continuou emperrado. Elas encararam Lobo Selvagem.

- Só colocamos esse armário 'pra' barrar o portão. - ele disse confuso.

- Jaqueline, o que faz aqui? - Mônica perguntou, preocupada, ao olhar através de uma fina fresta do portão.

- Mãe não há tempo para explicar. Temos um problema.

De dentro do prédio, ouvimos o bipe de um relógio.

- Se afastem, é uma bomba. - Águia gritou e poucos segundos depois ela explodiu.

O estrondo foi enorme e tremeu tudo. O calor da explosão tomou conta do lugar. A fachada do galpão desabou em cima de nós.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosWhere stories live. Discover now