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Oi Unnies (E Oppas?). Sentiram minha falta?

Como Jikook ficou desfocado no capítulo passado, nesse aqui tem bastante. Espero que gostem.

Kakau ama vocês.

(...)

E mais uma vez, Jimin teve aquele sonho horrível. Acordou chorando, o corpo todo suado e a respiração ofegante.
Não era a primeira vez naquele mês que sonhava com eles. Na primeira, ligou para Jin e este conversou com ele até que parasse de chorar.

Era terrível ficar lembrando o tempo todo daquele acidente. Ele se sentia culpado por tudo o que tinha acontecido naquele noite.

Se esticou até o criado mudo e com os dedos trêmulos, procurou o contato de Jin. Mais abaixo, estava o de Jungkook. Decidiu ligar para o alfa, já que ele conseguia o deixar mais calmo que qualquer pessoa.
Demorou um pouco para que ele atendesse, e nesse tempo, Jimin tentava segurar as lágrimas e não lembrar do sonho. Talvez Jeon não o atendesse, e ele ainda estava magoado com o alfa, mas precisava dele.

E ele atendeu.
- Jimin? Está tudo bem?
- Jungkook, eu tive um pesadelo...
- Com quem- O alfa pergunta, e um ruído é ouvido.
- Meus... meus pais.
- Quer me contar? - Uma porta é fechada e passos são ouvidos.
- Uhum. Tive um pesadelo com o dia do acidente de carro deles. Eles morreram e eu sobrevivi, depois de ficar 3 meses em coma. Foi horrível, eu tenho pesadelos com isso sempre.
- Você não me contou sobre os seus pais.
- E nem você sobre os seus.
- Junmi, eu vou sair.
- São 3 horas, Jeon.
- Preciso ajudar um amigo.

Outra porta e fechada e o barulho de uma corrente de ar passa pelo microfone do celular.
- Você está vindo pra cá? - Pergunta com a voz falha, passando a mão pelas bochechas para secar as lágrimas.
- Estou. Você vai me contar sobre os seus pais, e eu conto sobre os meus. Tudo bem?
- Tá.
- Não desligue, fique comigo. Vamos conversar sobre qualquer coisa. Que dia é o seu aniversário? - Ligou o carro, colocando o celular no alto falante e o deixando no banco do passageiro.
- 13 de Outubro, e o seu?
- 01 de Setembro. Me fala um apelido seu.
- Isso é necessário, Jungkook?
- Anda. - O ômega suspirou, vendo que não teria jeito.
- Dooly. - O outro riu.
- Que adorável. Dooly. - Jimin corou
- Eu também quero saber um apelido seu.
- Não.
- Isso não é justo! - Ganiu, irritado. - Eu quero saber, Jungkook.
- Não. - Jimin ficou em silêncio para pensar, e Jungkook achou que ele tinha desligado.
- Já sei! Jungkookie! Kookie! Jão Cu!
- Droga. Como você descobriu?
- Qual deles é?
- Jeungkookie. É idiota, eu sei.
- Não, é fofo! - O barulho de carro para e a porta do mesmo bate.
- Vem abrir a porta, eu cheguei.

Jimin encerrou a ligação e desceu correndo para abrir a porta, sendo envolvido em um abraço assim que realizou o ato.
Assim que se lembrou o porquê de Jeon estar ali, voltou a chorar copiosamente.
- Fecha a porta, vamos subir. Eu não gosto da sala dessa casa... - o alfa assentiu, fechando a porta e pegando Jimin no colo em seguida. Subiu as escadas e entrou no quarto, indo até a cama e se deitou, o ômega deitado em seu peito.
- Você conta primeiro, ou eu conto?
- Você, eu preciso ter coragem pra contar.
- Ok. Pra começar, meu pai mal olha na minha cara. Ele fuma, eu disse que não gostava e ele disse " eu não gosto de você e te suporto assim mesmo." Ele quer que eu comande o hospital da família, e eu fui obrigado a fazer medicina. O que eu queria mesmo é fazer fotografia, sabe? Fotografar é minha paixão tanto quanto café. Meus pais vivem fora de casa e quando eles voltam, ficam só alguns dias e logo voltam pra suas reuniões. Quem me criou foi Kim Junmi, a governanta lá de casa. Ela é uma mãe pra mim. E eu aposto que a minha mãe nunca trocou uma fralda minha que seja. - Riu sem humor. - E tem o meu irmão mais velho, Junghyun. Ele é bonito, bem sucedido, é ligado a uma ômega linda. Quando ele disse que não ia assumir o hospital, meu pai não pirou, ele aceitou numa boa, mas quando eu disse que não queria aquilo pra mim, ele disse "e fotografia dá dinheiro? Isso é coisa de preguiçoso.". É, eu acho que é isso.

Jimin ergueu as sobrancelhas, surpreso. Quem olhava pra Jungkook achava que ele tinha uma vida perfeita, uma família estabilizada. Mas não. Ele não podia fazer o que gostava porque seu pai o oprimia e o obrigava a seguir outra profissão.

O ômega se arrumou sobre o corpo de Jungkook, olhando pra ele, que tinha os olhos marejados e algumas marcas de lágrimas nas bochechas.
- Eu sinto muito, Jeon. Realmente, eu sinto muito. - O alfa sorriu triste, passando os dedos compridos pelos cabelos do ômega.
- Tudo bem, eu já estou conformado. Pior do que está não fica, disso eu tenho certeza.
- Acho que é a minha vez agora. Bom, do começo. Meus pais não são meus pais. - Jungkook fez uma cara confusa. - Os Park não eram meus pais. A minha mãe biológica era de uma linhagem inteira de alfas, e então ela marcou meu pai e o engravidou, e eu nasci ômega. Ela não me quis, não queria que o seu primogênito fosse o primeiro ômega em seis gerações da família, então me deixou na porta de um orfanato, onde eu vivi por doze anos, sendo adotado e devolvido. Até que os Park apareceram. Eles já tinham um filho ômega de 14 anos, Jihyun, mas mesmo assim quiseram me adotar. Me deram o sobrenome deles e tudo. Eu vim morar nessa casa com eles. - Nessa altura, algumas lágrimas já desciam pela bochecha do ômega, molhando a camisa do alfa. - Quando eu... tinha 16 anos, nós quatro estamos saindo de Seul e indo para Busan, para visitar a minha avó adotiva, quando tudo aconteceu. Eram mais ou menos 03:00AM, estava chovendo muito e a pista estava escorregadia. Numa curva fechada, um caminhão bateu de frente com o nosso carro e meus pais morreram na hora. Jihyun se jogou por cima de meu corpo para me proteger dos cacos de vidro, deixando seu pescoço exposto. Eu me lembro que ele sorriu pra mim e disse: "Vai valer a pena, ChimChim. Ele vai chegar pra melhorar tudo. Eu prometo." E veio a pancada. Depois disso, eu acordei três meses depois, no hospital. Yoongi estava lá e foi ele quem disse que Jihyun não teria morrido se não tivesse se jogado na minha frente. Estaríamos os dois vivos, eu provavelmente com algumas sequelas, mas vivo. Ele morreu por minha causa, Jeon. A culpa é minha. - Soluçou, o choro descendo livre por seu rosto. Jungkook estava chocado, a única ação do alfa foi puxar o ômega mais pra perto, deixando o rosto do mais novo na curva de seu pescoço.

Os dois choravam juntos, os soluços de Jimin ecoando pelo quarto e Jungkook tentando ser forte por ele, chorando em silêncio e o confortando.
- A culpa não é sua. Ele salvou você porque te amava. Não se sinta culpado por isso.
- Mas eu...
- Não fale agora, Dooly. Só me abrace. - Acariciou os fios do ômega, o apertando contra si.
- Isso vai melhorar algum dia?
- Vai sim. Eu cheguei.

Depois disso, os dois dormiram ali, abraçados um ao outro, as dores mais profundas reveladas e as vidas cruzadas pra sempre.

//

Oi. ~Le se protege dos tiros e das katanas que voaram ~ EU SEI, MEU DEUS! Não me matem, por favor. Eu precisei fazer isso. *cries in jikook language*

Entenderam agora o porquê de Park ter chorado quando Yoongi disse que também não tinha sido ele que tinha mobiliado a casa? Está claro?

E sobre ele ter dito que não gosta da sala: é porque era na sala que a família Park se reunia toda, para conversar, assistir televisão e tudo o mais.

Jihyun prevendo as coisas, hein? Que maravilha.

Tchau, não me ameacem. A dongsaeng ama vocês, espero que vocês também me amem.

Bye.

Brown T-Shirt ❀ {A.B.O Jikook}Where stories live. Discover now