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Povs Jeon Jungkook

Uma semana de aula se passou, e em nenhum dos dias Jimin apareceu.

No primeiro, eu tive a esperança de que ele fosse, e que eu pudesse conversar com ele, explicar tudo e pedir perdão.

No segundo, eu ainda acreditava que ele iria e que chegaria com aquele sorriso radiante, dizendo que Semin tinha o contado a verdade, e que ele me amava.

No terceiro, comecei a perder as esperanças, mas uma parte de mim ainda acreditava que Jimin me ligaria à noite, porque não conseguia dormir e então me chamasse pra dormir ao seu lado, mesmo que brigado comigo.

No quarto, ouvi Yoongi dizer que ele não iria aparecer durante um bom tempo, e meu coração apertou no peito. Mas talvez só fosse uma brincadeira de Yoongi, e logo logo meu ômega estaria de volta.

No quinto, perdi as esperanças.
Jimin não me ligou nenhuma vez, não apareceu na Universidade e não deu o mínimo sinal de que tinha me perdoado.

Enquanto eu me julgava em silêncio e pensava em algo, senti um olhar queimar minha nuca. Eu sabia que era Semin, e talvez ela tivesse aquele típico "eu te avisei que não ia deixar barato" no olhar, e eu não quis virar para constatar se estava certo ou errado, afinal. E pensar que eu achei que aquela garota fosse uma pessoa boa, ledo engano.

- Você ouviu o que eu disse, Jeongguk? - Namjoon me sacudiu, e eu pisquei algumas vezes, tentando voltar a realidade.
- Não, desculpe. - Dei um sorriso amarelo. - Do que se tratava mesmo?
- Eu estava dizendo que Seokjin me disse que Jimin teve uma crise, não sei ao certo o que houve, mas ele se machucou.
- Eu preciso vê-lo, hyung! - Me levantei do chão e fui pegar meus sapatos, que estavam perto da porta.
- Você é burro, por acaso? Ele não quer te ver nem pintado de ouro! Além do que, Yoongi está lá, nada impede ele de te bater. Pensa melhor. - Diz sério, e eu respiro fundo, pondo o par de Pumas brancos no chão. Me lembrei de quando Jimin disse que não acreditava que eu os usava.
- Você me anima tanto...
- Eu tenho que dizer a verdade pra você, é isso que os amigos fazem. - Sorri compreensivo, e eu volto a me sentar no chão, deixando meu rosto cair no caderno.
- Eu estou na merda. Eu quero saber como ele está, mas não posso ir vê-lo e nem ligar pra ele. O que eu vou fazer?
- Já pensou em ligar para Taehyung ou Seokjin e perguntar?
- Já tentei. - Peguei meu celular e o mostrei as três ligações realizadas para Taehyung e as cinco para Seokjin. - Nenhum deles atende, dá desligado.
- É, meu querido, fodeu.
- Por que você não liga pro Jin e pergunta?
- Deixei meu celular em casa, desculpa. Você sabe que eu faria isso, mas eu realmente não trouxe.

Bufei, levantando a cara do caderno e encostando a nuca no assento do sofá, olhando pro teto. O que eu iria fazer, se minha vida era movida à Park Jimin e agora eu não o tinha? Ele fazia tão bem pra mim quando estava aqui, e por uma armação, foi tudo pelos ares.

Eu não consegui pensar em nada, então simplesmente me levantei do chão e fui para a cozinha, em busca de café. Suspirei aliviado ao sentir o gosto do líquido escuro em minha língua. Nada me deixava mais calmo que café, a não ser Jimin, é claro.

Namjoon entrou na cozinha, com a feição preocupada. Coçou a nuca rapidamente, e então se sentou em uma cadeira de frente à mim, já que eu estava encostado na pia.
- Dude, você está me deixando aflito. O que caralhos está acontecendo entre você e Jimin desde aquele dia? - Suspirei, pondo a xícara de café sobre o balcão da cozinha.
- Está acontecendo que ele não me ligou, nem olhou na minha cara, e de cinco em cinco minutos eu tenho vontade de pegar o meu celular e ligar pra ele, só pra escutar a voz linda dele, só que eu sei que ele não vai atender, então tenho vontade de ir até a casa da Semin e matá-la com as minhas próprias mãos e...
- Tudo bem, entendi. - Ele riu, e eu bufei. - Ele precisa de um tempo pra pensar, e mesmo que não tenha sido sua culpa, você tem que se afastar por um tempo, até que a poeira abaixe e então, você possa falar com ele.

Mas, quanto tempo demoraria até que Jimin ficasse calmo? Que pensasse direito e visse que Semin tinha feito aquilo tudo?
Talvez nunca acontecesse, e outro alfa se aproximasse de meu ômega. Não, ele não permitiria, ele ainda me ama, apesar de tudo.

Namjoon tinha razão. Eu não podia ficar insistindo, ou Jimin ficaria com ainda mais raiva de mim. Ou será que já tinha evoluido pra ódio?

Porra, viu.

Junmi entrou na cozinha com um enorme sorriso no rosto e várias sacolas nos braços. Namjoon foi correndo para ajudá-la, enquanto eu pus a xícara com o café já frio dentro da pia. Me perguntava como ela sempre estava com aquele sorriso, como se não tivesse problema nenhum na vida, como se não sofresse.

A beta abraçou meu amigo com força, e ele a ergueu do chão.
- Namjoon, querido, à quanto tempo não nos viamos?
- Uns três meses, sempre que eu e os garotos vínhamos aqui, você não estava!
- Jeongguk! - Ela reclamou e eu cruzei os braços, irritado.
- Sempre que ele vem aqui, você se esquece de mim. Não vou aceitar isso e ficar quieto, palhaçada. - Os dois se encararam, e os lábios de Junmi se curvaram pra baixo.
- Qual é o problema dele, Joonnie? É tão desapegado que até assusta, e hoje está assim! - O Kim respirou fundo e passou as mãos pelos cabelos rosas.
- Problemas amorosos.
- Oh! É o Jimin? - Ela se aproximou com passos largos. - O que você fez, garoto?! - Começou a me dar tapas e beliscões. Eu tentava me esquivar, falhando miseravelmente.
- Para, para! Eu não fiz nada, foi uma armação! - Ela parou repentinamente, e eu respirei aliviado.
- Me conta essa história.
- É bem longa.
- Não perguntei se era, eu quero saber.
- Nossa, Jeon Jungkook foi reduzido a pó. - Namjoon dá uma risada, e eu jogo uma colher em sua direção. - Você ficou louco, Jão?

Contei a história detalhadamente, e no final dela, a beta estava de boca aberta.
- Se eu encontrar essa garota na minha frente, acabo com ela!
- É meu desejo. - Resmungo.
- Você fez certo em se afastar da garota, mas depois fez errado em retribuir o beijo. Fez certo em tentar falar com ele e fez errado em não ter tentado explicar mais tarde.
- Mas, noona...
- Não vem não, está errado e pronto! Não interessa se foi ela que te beijou, você enfiou a língua na boca dela.

Retorci meu rosto em nojo, e fui abraçar minha segunda mãe. Deixei um beijo na testa dela, que sorriu.
- Tem razão, Junmi. Eu vou dar um tempo à ele. Obrigado.
- Ya, eu também disse isso!
- Obrigado, Namjoon.
- O que? Só isso? Eu quero um beijinho também, vem cá! - Faz um biquinho e estica os braços em minha direção.
- Para de palhaçada, vai lavar uma louça. - Resmungo, indo abracá-lo. - Obrigado por me ajudar a pensar direito e não fazer besteiras. Você é o melhor amigo que existe.
- Conheço você à pouco mais de um ano, mas sério? Parecem décadas. Você me ajudou muito, e eu tenho que retribuir de algum jeito. E eu fico feliz em saber que ajudei você nisso.

Sorri, me afastando.
- Que tal uma partida de Batterfield 3?
- Você não vai chegar perto da mala dourada.
- Veremos. - Saímos da cozinha correndo e empurrando um ao outro.
- Não corram nessa merda de escada! - A beta grita, e nós rimos.
- Ya, Juni? - A chamo pelo apelido, e ela sorri. - Obrigado mesmo, por tudo. Você é como uma mãe pra mim, tudo bem?
- Para com esse sentimentalismo. - Fala, mas posso perceber seu tom de voz embargado pelo choro preso. - Eu também amo você, meu menino. Vai lá jogar esse tal de berefildi, eu chamo vocês quando a comida estiver pronta.

Eu tentei segurar a risada, mas foi impossível. Namjoon também não conseguiu, e teve que se apoiar em mim pra não cair no chão.
Junmi fez uma careta confusa, como quem pergunta "O que foi?"

Até tentei parar de rir, mas eu sempre falava "Ai, ai" e caía na risada de novo. Desisti na terceira tentativa.
A beta jogou uma batata em mim, voltando furiosa para a cozinha.

Depois de uns dois minutos rindo, finalmente paramos, e então entramos no quarto para ir jogar.

Um amém para as att's diárias?
Só dizendo, que isso só vai até o capítulo XLV, porque eu tô empacada no LII, que seria o HEAT do Tae

EU TÔ MUITO INSANA, O COMEBACK É HOJE

Brown T-Shirt ❀ {A.B.O Jikook}Where stories live. Discover now