Amiga Nossa Parte 8

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Os alunos entravam na classe, Leticia gritou o nome de Aiyra, mostrou um lugar vago e as duas sentaram juntas. Conversavam sobre como foi comer na mesa grande. A sala enchia e Natasha chamou Aiyra.

– Por que você não senta comigo?

Aiyra olhou pra Leticia que ajeitou os óculos, as pessoas arrastavam cadeiras, jogavam as mochilas na mesa e a professora entrou pedindo um pouco mais de silêncio.

– Eu tô com a Leticia. – Respondeu Aiyra, Leticia sorriu e Natasha concordou com a cabeça.

– Quem sabe na próxima. – Disse Natasha que voltou pro seu lugar.

Aiyra pegou seu caderno e pôs na mesa.

– Ela gostou de você. – Comentou Leticia fazendo a lição.

– Acho que sim né?

Aiyra se sentia estranha, estava tendo muitos problemas ultimamente, e no começo achava que o pior seria a escola, mas percebia que era um medo infundado, tinha Leticia que falava bastante e mal a deixava falar, apresentou a escola, tirava duvidas, ajudava no dever. Conseguiu ter Ana novamente, sua prima, sua irmã, repartiam quase tudo e uma confiava na outra, e agora; havia Natasha. Parecia uma boa garota, Aiyra observava a menina popular, mas que na verdade não se misturava tanto com as outras garotas, ao lado de Natasha uma cadeira vazia, onde ela colocava sua mochila, as amigas sentavam em outras duplas, conversavam com ela pareciam querer sua atenção, mas não era difícil pegar Natasha divagando, olhando o teto, rabiscando alguma coisa no caderno, ela praticamente nunca começava o assunto, apenas comentava, as vezes espiava Luan e agora, vez ou outra, no meio dos alunos virava pra trás e procurava os olhos de Aiyra, as vezes os olhos se encontravam e as duas sorriam.

Aiyra tentou se focar no exercício, a professora explicou como se fazia mas a distração não deixava a garota em paz, rabiscou algumas contas, apagou, mordeu o lápis e tentou pela centésima vez.

– Você devia tomar cuidado. – Disse Letícia do nada.

– O que? – Perguntou Aiyra mordendo o lápis e encarando os números, coisinha mais complicada.

– Natasha, você sabe, ela não é de confiança.

Aiyra olhou pra amiga, o olhar severo através das lentes.

– Ela não é como eu e você, ela é do grupinho dos "populares", tem muito dinheiro, gente metida, você sabe.

– Mas você mesma disse...

– Sim, disse que não era pior que as amiguinhas dela, mas não quer dizer que ela seja boa, e também, vamos supor que ela seja bacana com você, e as amiguinhas? O que vão pensar, já te zuaram uma vez lembra? Imitaram índios, isso não foi legal.

– É, não foi mesmo.

– E naquele dia eu vi Natasha rindo.

– Sério?

As pessoas queimavam os neurônios, Aiyra lembrou da brincadeira e ficou triste, imaginou Natasha junto da chacota, não foi uma coisa legal e ficou decepcionada.

O sinal tocou e todos sentiram-se aliviados por poderem parar com o sofrimento intelectual. Os jovens jorravam pela porta e escorriam pelos corredores, rumo a próxima aula. Aiyra vinha de mochila, pensava na vida e de cabeça baixa esbarrou em alguém.

– Cuidado. – Resmungou um aluno da sua sala, um membro de algum esporte que Aiyra não lembrava, ele sentava na mesona e ela se desculpou. Ele estava acompanhando por um grupo grande dos mais populares. – Ah, é Aiyra, oi cara pálida.

Os outros riram.

– Cara pálida ela que deveria falar, gênio. – Comentou alguém rindo. – Ela diria algo como, Rao, mim Aiyra cabelo molhado, você Jane.

Sangue AntigoWhere stories live. Discover now