Coelhos, Clubes e Um Tênis Utopia Dixe - Parte 18

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Foi bem engraçado testemunhar toda a correria, pessoas ainda pingando, alguns escorregando e quase caindo, a gritaria e risadas quando perceberam a cara do professor. Cauê sorria escondido no carrinho de toalhas, Pilar ainda emburrada reclamava do fedor e Lucas triste por não ter participado da bagunça na piscina tentava espiar um pouquinho mais.

Os três foram obrigados a esperar a confusão passar, todos saírem e o professor partir da piscina, resmungando com os lanches pisoteados dentro da sacolinha. Se esconder dentro do carrinho de toalhas usadas fora ideia de Cauê e por isso estava tendo que aguentar as reclamações de Pilar, a ideia era apenas vigiar a irmã, sabiam que ela visitaria Ariel na piscina, mas no fim das contas nada de suspeito havia acontecido, claro, tirando a festinha que acabavam de testemunhar.

— Acho que já dá pra sair. — Cochichou Cauê.

— Aleluia. — Disse Lucas se preparando pra saltar do carrinho quando Pilar o puxou de volta. — Que foi?

— Shhh, fica quieto.

Lucas percebeu que a garota e Cauê espreitavam, encolhidos e silenciosos, na direção do vestiário, ele se acalmou e conseguiu ouvir vozes alteradas, parecia uma discussão.

— Já disse que não! Sai fora cara eu não sei, não sei mesmo.

— Mas ele sabe.

— Então pergunta pra ele não pra mim. — Disse a garota saindo do vestiário, ela enxugava os cabelos azuis, descalça e emburrada. — Que saco.

Ela olhou na direção do carrinho e os três bisbilhoteiros se afundaram nas toalhas, elas estavam úmidas e até Lucas começou a se incomodar com isso, afinal alguém devia ter se enxugado nelas.

— Você sabe que ele não me conta, mas tá certo, se querem fazer jogo duro que seja.

O garoto parecia irritado, Cauê estava louco para espiar mas Ariel poderia ainda estar olhando na direção deles, ouviram o som da porta pesada bater, o menino suspirou sabendo que provavelmente nunca saberia com quem a nadadora discutia, mas a voz era.

— O que tão fazendo aí?

Ariel puxou as toalhas e primeiro viu Pilar.

— Quem é você? Tava me espiando?

Pilar gaguejou e tentou se justificar, Cauê e Lucas apareceram e Ariel encarou o irmão de Aiyra, os dois já haviam se visto algumas vezes, e até trocado um punhado de palavras.

— Cauê?

— E aí Ariel, tranquilo?

Enquanto Ariel arrumava as toalhas, ela obrigara Cauê e os outros a enxugar o piso e guardar as boias, ela havia sido obrigada pelo professor a limpar tudo e, claro que ao descobrir os bisbilhoteiros não pode deixar a oportunidade passar. Cauê e Pilar tentaram enganar Ariel com a história de que estavam se divertindo com os outros na piscina e se esconderam no carrinho assim que o professor apareceu, a garota não engoliu muito bem essa conversa, mas tão pouco fez questão de continuar o assunto, enquanto a ajudassem ela não daria a mínima para o que faziam. Com um rodo Lucas jogava a água de volta para a piscina e Ariel o encarou bem séria.

— Que foi? — Perguntou o menino. — Ela veio daí mesmo.

— É porque não é você que vai nadar aí depois, já disse pra usar o esfregão e torcer no balde.

— Assim é mais rápido. — Resmungou Lucas continuando a jogar água pra dentro da piscina, Ariel bufou e foi na direção dele, Cauê tirou o rodo das mãos do primo que reclamou, Pilar veio com os esfregões e baldes, Ariel xingou e voltou a dobrar as toalhas.

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