Coelhos, Clubes e Um Tênis Utopia Dixe - Parte 14

164 50 25
                                    


Alguns dias depois.

O relógio era preguiçoso, só podia ser, se arrastando daquela forma, quanto tempo ele precisava para passar um minuto? Aiyra criava uma estrela em cima do balcão usando incensos cinzas e vermelhos quando Tomas sorriu e agradeceu ao cliente entregando uma sacolinha de papel com a marca da loja. O comprador saiu fazendo o sino tocar e Tomas enquanto guardava o dinheiro viu Aiyra o encarando. Os dois sorriram, sossegados em apenas mais uma manhã na loja.

— O que estão fazendo? — Perguntou Amanda de vassoura na mão, ofegante e olhos bem abertos para os dois preguiçosos.

— Nada, só...

— Vocês ficaram completamente malucos? Ela já vai chegar e...

— Calma amor está tudo sobre...

Amanda empurrou a vassoura contra o peito de Tomas que a segurou. Ordenou que ele começasse a varrer, nem um grão de poeira, as prateleiras também, depois passar um pano e ver como o banheiro estava. Chamou Aiyra que já guardava todos os incensos.

— O que tá fazendo?

— Só guardando essas...

— Deixa isso, o Tomas arruma, você vai lá pra trás, terminou a receita que eu te mandei fazer?

— Sim eu só...

—Ótimo, agora tenta essa outra, ela pode querer algo mais complexo.

Aiyra olhou para o pergaminho com a receita mágica, havia muitos desenhos, ordens complexas e nomes de ingrediente que a garota sequer conhecia.

— Mas professora essa é meio... Um pouquinho...

— O que?

— Isso é muito avançado Amanda. — Comentou Tomas dando uma espiada no papel.

— O que tá fazendo aqui? Terminou de varrer?

O homem resmungando voltou a limpar a loja. Amanda suspirou.

— Tá bom vocês podem ter razão. — Disse deixando os ombros cair e fazendo um biquinho, Tomas a abraçou. — Eu só... Só quero que tudo dê certo pra você Aiyra.

— Vai dar. — Disse a menina sorrindo, depois parou. — Bom eu acho né?

Amanda pareceu ficar assustada e Tomas encarou Aiyra.

— Olha. — Disse o homem colocando a vassoura num canto. — A loja já tá bem limpa. Vamos concentrar em nos acalmar, o que adianta ficar nervoso e acabar errando na hora do teste. Vamos lá pro fundo, você repassa o básico com Aiyra enquanto eu faço um chá, mas só o básico, vai ser mais que o suficiente para uma semana de trabalho.

Amanda sorriu e beijou o marido.

Aiyra provou que andava praticando em casa, soube fazer as poções mais básicas e as misturas primarias com perfeição, ela anotara tudo num livrinho; presente de Amanda. A mulher sorriu orgulhosa e a menina querendo manter a posse continuou mexendo as poções disfarçando sua satisfação. Tomas apareceu com o chá e elogiou a cor e textura das poções.

Todos bebiam e comiam distraídos, conversando sobre a loja, as poções e Luan ser parte dos Aoki agora, graças a isso Aiyra podia andar livremente pelo bairro japonês e até comentou que ao caminho da loja algumas pessoas que ela nunca vira antes a cumprimentaram com respeito e sorriso.

— Agora você é parte da família. — Comentou Amanda, comendo umas bolachas e bebericando o chá.

— Você também? — Perguntou Aiyra.

Sangue AntigoWhere stories live. Discover now