Coelhos, Clubes e Um Tênis Utopia Dixe - Parte 13

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— Uma cobra gigante? — Perguntou Bia e Ariel com Aiyra confirmaram, enquanto Heloísa permanecia sentada no sofá da sala e. Luan, em pé num canto, se preparava para meditar lá em cima. — Deve ser uma boiuna, a cobra grande.

— Deve ser essa mesma. — Comentou Ariel. — Porque ela era grande, tipo, muito.

— Esse é o nome da espécie Ariel, Cobra Norato, boiuna, ou cobra grande, ela tem muitos nomes. Agora o que a família Aoki quer com ela?

— Pediram minha proteção. — Comentou Luan.

— Disseram que as outras famílias já estão de olho. — Completou Aiyra sem saber exatamente o que falava. — Disseram que não queriam que acontecesse o mesmo que aconteceu com Luan.

Os Campos se olharam. Heloísa estava inquieta no sofá, bateu na perna e levantou.

— Nem sei pra que discutir, é só dizer não e pronto.

— Mas... — Começou Luan.

— Você aceitar Marina e esse tal de Haru como protegidos é dizer que faz parte da família Aoki, estaremos dentro do radar de todos, uma aliança assim é entrar nessa briga estupida da cidade, não precisamos disso Luan, é a ultima coisa que precisamos.

— Disse que ele se chama Haru? — Perguntou Beatriz pensativa.

— Foi o que o velho falou. — Respondeu Ariel deitada no sofá.

Bia sorriu.

— Hakuja no Myojin.

— O que?

— É o nome de uma lenda japonesa, numa tradução direta seria algo como Deus serpente branca, vocês disseram que a cobra era albina né? Não é uma cor normal para o Norato, isso deve ter chamado a atenção do clã Aoki, entenderam? Como um sinal, no folclore japonês essa serpente pode simbolizar vingança, justiça...

— Por isso mesmo precisamos ficar fora disso.

— Mas Aiyra vai ficar sem professora. — Comentou Ariel.

— Tudo bem. — Disse Aiyra. — Eu quero aprender mas não causando problema de novo pra vocês.

— Mas você não disse que Ticê vem aí semana que vem? Ela vai querer resultados, minha vó conhece ela, e pelo o que conta Ticê é muito exigente.

Aiyra murchou. Gostaria muito de impressionar a deusa, mostrar que fizera a escolha certa em aceita-la como discípula, mas como faria isso? Amanda vivia no bairro japonês e mesmo que viesse às escondidas dar aulas, uma traição dessas poderia lhe causar problemas, e Aiyra estava cansada de ser fonte de angustias para os outros.

— Eu vou aceitar. — Disse Luan encarando Heloísa.

— Lu...

— Me escuta, por favor. — Helô se calou observando o irmão. — Eu sei que fechar um acordo com o senhor Koji é praticamente entrarmos para sua família, e provavelmente tomar parte nas brigas internas de Campo Claro. Mas Heloísa nós já estamos nisso até o pescoço, a gente só não queria ver. Tudo o que ele falou, sobre Aiyra, meus amigos, e o fato de agora eu ser herdeiro de Catxuréu, tudo isso... Era questão de tempo para as aproximações acontecerem, pelo menos conhecemos os Aoki, eram nossos amigos, e é uma família de bom nome, pacíficos. Estou errado nessa analise Bia?

— De forma alguma. — Ela olhou para Heloísa. — Ele está certo, não temos muita saída, Luan sempre foi visado como sétimo filho, agora deve ser uma das pessoas mais importantes da cidade e das mais influentes, ele tem cadeira ao lado de Catxuréu no conselho divino, como não ter aqui na cidade?

Sangue AntigoWhere stories live. Discover now