Coelhos, Clubes e Um Tênis Utopia Dixe - Parte 24

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— Eu achei que ela fosse matar o cara. — Comentou Léo.

— É, foi horrível. — Disse Florbela sendo abraçada por Dimas.

— Mas ele tava pedindo. — Justificou Ariel. — Roubou o muiraquitã, sequestrou o saci e ainda enganou Aiyra, se fosse comigo ia ser nessa mesma onda.

Todos estavam parados na frente do prédio, Natasha sentia frio e esfregou os braços esperando ver Aiyra sair a qualquer momento, já fazia tempo que eles haviam entrado e ela começava a se preocupar. Embora Eduardo não parecesse interessado em enganar depois da surra que levara de Soni.

— Ainda não entendi por que ele fez isso. — Comentou Florbela. — Roubar o muiraquitã do Lu, eu vi, ele já tem um.

— Era um sequestro. — Disse Natasha e todos a encararam, a fraca luz do poste iluminando o grupo. — Bom, mais ou menos, a intenção era trocar.

— Pelo o quê? — Perguntou Léo coçando bastante a cabeça ruiva.

— Essa é fácil. — Disse Ariel. — Provavelmente ele queria a informação de onde fica a tribo das Icamiabas.

— Pra que ele...

— Você não reparou? — Perguntou Black. — Como acha que ele conseguiu aquele muiraquitã de rã?

Florbela piscou e deu um sorriso amargo.

— Ele é filho de uma amazona. Um filho homem.

— Sim. Por isso ele quer saber a localização, ele quer encontrar a mãe.

— Ele vivia enchendo meu saco com essa historia. — Disse Ariel. — Eu e o Luan, eu nem sei onde fica essa droga, mas não adianta falar com ele, por isso disse que ele era um chato.

— Ele pensou que Aiyra poderia saber. — Comentou Natasha ainda olhando os prédios, algumas janelas iluminadas, roupas estendidas nas varandas, vasos de plantas, muitos andares. — Tentou se aproximar me usando, por isso ele foi tão legal no clube, já fazia um tempo que tentava falar com Aiyra, mas ela sempre esquivava. Foi ele quem contou pra Rebeca sobre os tênis destruídos, fez Letícia colocar um dos pés na mochila de Aiyra, só pra bancar o herói e se aproximar. Funcionou.

— Esse cara é um manipulador. — Comentou Dimas.

— Mas... — Começou Florbela. — Ele só queria encontrar a mãe, é um pouco triste né?

— Só que Luan fez uma promessa. — Disse Ariel emburrada. — Ele não podia quebrar o juramento, ele ficou triste com isso, bastante mesmo, vocês sabem como ele é com esse assunto de mãe.

Eles se olharam em silêncio, pensando, quando ouviram um barulho e a porta da frente do prédio se abriu, Soni vinha tomando um Toddy de caixinha, na outra mão segurava uma garrafa cheia de fumaça, ela parou encarando o grupo ainda sugando a bebida, até começar a fazer barulho e a caixa amassar.

— E aí? — Disse ela sorrindo. — Bela noite não?

— Aiy... Soni. — Exclamou Natasha. — Conseguiu o muiraquitã de volta?

Insônia avaliou Natasha dos pés a cabeça, empinou o nariz e fez que sim com a cabeça.

— No começo ele bancou o durão, mas depois... Até que não foi difícil, ele é um pouco cabeça dura, mas eu sou boa em botar juízo nos outros.

— Você não machucou ele né? — Perguntou Florbela assustada.

— Claro que não. Quer dizer, não muito, só o necessário. Não se preocupe Plantabela.

— Errr... É Florbela.

— Uhum, isso aí.

Insônia jogou a caixinha de Toddy num cesto de lixo amarrado ao poste. Avaliou o resto do grupo.

Sangue AntigoWhere stories live. Discover now