(Evidência)

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                 A neblina da noite embaçava a visão da estrada por onde Otávio e Nicholas andavam, enquanto o vento frio da noite que balançava as árvores também causava tremores em Otávio, além de dar uma tonificação rocha aos seus lábios deixando notório para Nicholas a fragilidade de seu parceiro ao frio fazendo ele indagar:

- Está tudo bem?

- Está sim. - Responde Otávio, esfregando suas mãos buscando aquece-las.

- Pega, vista minha jaqueta! - Fala Nicholas, despindo-se da peça de roupas e oferecendo a Otávio. - Vai ajudar com o frio.

- Não precisa, eu vou ficar bem! - Recusa Otávio, fazendo uma afirmação apesar de estar rangendo pausadamente os dentes por causa do frio. - Você também vai ficar com frio!

- Tranquilo! Eu sou acostumado com o frio. - Afirma Nicholas abrindo a jaqueta para que Otávio vestisse. – E nem está tão frio, o que é estranho porque você treme como se estivesse dentro de um freezer gigante.

- Devo esse desprazer a minha genética. - Afirma Otávio, colocando as mãos no bolso da jaqueta para se aquecer.

- Como, assim? - Pergunta Nicholas, colocando seu braço direito ao redor do braço esquerdo de Otávio.

- Alguns estudos examinaram a genética por trás do gene mutante MC1R (Gene responsável pelo cabelo ruivo), descobrindo que somos mais sensíveis a dor térmica porque nosso corpo tem a capacidade de mudar de temperatura muito mais depressa. - Explica ele olhando para Nicholas.

- Interessante! Deve ser por isso que seu corpo está mais gelado que um picolé. - Brinca tocando na testa de Otávio.

- Você gosta de chupar picolé? - Pergunta Otávio, com uma certa malícia.

- Você é um pervertido. - Afirma Nicholas, colocando a mão no pescoço de Otávio notando em seguida o cordão dele. - Então, quer dizer que só a realeza tem esse colar? - Pergunta ele tentando utilizar a ironia para sanar sua curiosidade.

- Não, a realeza não curtiria uma breguice dessas no pescoço. - Fala Otávio rindo.

- Se acha tão ruim, porque não deixa guardado em casa? - Pergunta Nicholas, abraçando Otávio colocando a mão no bolso da calça do mesmo.

- Bem, meu pai tinha orgulho desse objeto, ele costumava falar da história de brasão, o quanto era importante para nossa família. - Fala Otávio com um sorriso.

- Tem como eu ter um desses? - Pergunta Nicholas rindo.

- Desculpe, isso é só para família. - Fala Otávio, tirando a mão do bolso e passando a mão na cabeça de Nicholas.

- Sei, quer saber eu vou a joalheria e pedirei para fazer um para mim. - Brinca Nicholas. - Você vai me ter na família, sim. – Acrescenta, rindo.

- Você pode tentar, mas eu garanto que não terá sucesso, até porque é um produto panteado pela minha família, e ninguém tem acesso além de nós. - Explica Otávio.

- Ohhh...Quase um faraó. - Nicholas fingi irônia, enquanto em sua mente questiona: “Como Eduardo também tinha um, se era algo de família?”

- Mas, existe uma forma de você ter um desse! - Afirma Otávio parando e ficando frente a Nicholas.

- Sério? Como? - Pergunta Nicholas, acreditando que teria uma resposta para a dúvida em sua cabeça.

- Casando-se comigo. - Fala Otávio olhando fixamente para Nicholas.

              Após ouvir Otávio, e percebendo um certo do tom de seriedade em sua voz, Nicholas deu um sorriso tímido e começou a caminhar rapidamente em direção ao rancho enquanto Otávio o seguia, dando gargalhadas. Embora, tenha gostado da ideia ainda que fosse brincadeira de seu parceiro, Nicholas esqueceu por alguns minutos, ao perceber que se Eduardo tinha a mesma joia, e a única forma de obter uma era cansando-se com alguém da família ele pensava que descobrir o passado por trás da mãe de Eduardo era a chave para resolver suas dúvidas.

Do desejo ao Acaso (BL)Onde histórias criam vida. Descubra agora