(Bem-vindo a família)

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           Caminhando pela sala de estar enquanto analisa cuidadosamente cada detalhe do ambiente, Eduardo impressiona-se com a quantidade de objetos antigos presentes naquele recinto, assim como as inúmeras fotos de JP em diferentes estágios de seu crescimento, o barulho de água vindo do aquário fez com que Eduardo se aproximasse para admira-lo. Enquanto Edu olhava a arquitetura engraçada daquele recipiente cheio de peixinhos que se movimentavam rapidamente entre si, sentiu alguém tocar sua cintura:

- Gostou do aquário? - Pergunta JP, posicionado atrás de Eduardo enquanto o abraça apoiando em seguida seu pescoço sobre o ombro do mesmo.

_ Hum, sim! – Eduardo balbucia balançando a cabeça. - Você está engraçadinho fantasiado de índio nessa foto. - Afirma Eduardo, pegando uma foto emoldurada ao lado do aquário.

- É a foto favorita do meu pai. - Fala JP, colocando sua mão por cima da mão de Eduardo que segurava a foto. - Mas não é uma fantasia, essa foto meu pai tirou quando conseguiu me adotar. - Acrescenta ele, voltando a foto para posição inicial, puxando Eduardo para o sofá.

- Você é realmente indígena? - Pergunta Eduardo sentando-se ao lado de JP no sofá.

- Sim, eu sou. - Afirma JP, deitando-se no colo de Eduardo.

- Você disse que foi adotado, certo? O que aconteceu com a sua família, digo, sua família de sangue? - Fazendo uma pergunta atrás da outra.

- Eu não sei muito bem porque eu era muito novo, então eu não me recordo de ninguém. - Explica JP. - Mas eu ainda tenho algumas lembranças vagas de brincar em um riacho com outras crianças, essa é uma das poucas memórias que tenho. - Acrescenta ele, enquanto se levantava do colo de Eduardo.

- Você nunca quis saber o que aconteceu? - Pergunta Eduardo, um pouco curioso enquanto colocava suas pernas sobre as pernas de JP.

- Na verdade, eu sei. - Afirma JP, entrelaçando as mãos por trás da cabeça e encostando-se no sofá. - Meu pai disse que o diretor do orfanato contou que houve uma invasão de madeireiros que trabalhavam de forma ilegal nas terras indígenas, então em um confronto entres eles, muitos indígenas que lutavam para manter seu território livre do desmatamento foram mortos, inclusive meus pais biológicos. - Relata ele calmamente.

- Ah, compreendi. - Comenta Eduardo.

- Vamos subir, quero tomar um banho está muito quente. - Comenta JP, tirando a camiseta.

- Espera chegar no quarto, vai ficar nu aqui mesmo é?

- Porque?! Você não gosta do que vê? - Retruca JP, maliciosamente colocando seu corpo sobre o corpo de Eduardo.

- O que eu não quero é que os outros vejam o que é meu. - Afirma Eduardo, sussurrando enquanto se ajeita no sofá permitindo o posicionamento de JP entre suas pernas.

- Sério? Eu não me sinto seu. Que tal garantir que essa propriedade de quase um metro e oitenta, de corpo definido, olhos estreitos, cabelo liso e bom de cama para caralho seja seu? - Pergunta JP, enaltecendo os traços de sua fisionomia antes de morder a ponta da orelha de Eduardo.

- Como posso firmar essa garantia? - Pergunta Eduardo, colocando a mão sobre as nádegas de JP.

- Pode começar com parcelas de beijos. - Sussurra JP, beijando Eduardo.

Do desejo ao Acaso (BL)Where stories live. Discover now