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Larissa 🧿

Só de pensar no que passou a saudades apertou, ele ainda estava ali como se nada tivesse acontecido, Beatriz já tinha ficado mais quieta e o Marcos tava entrando pela janela. Eu só fiquei deitada na cama da Beatriz encolhida igual uma criança, tava com vontade de chorar porque sempre era assim, sentia saudades e chorava igual uma criança.

Marcos: Qual foi cunhada, trouxe teu chocolate.- Falou sentando na cama e eu tirei o lençol do rosto, olhando pra ele.

Lari: Eu quero que o Neguinho vá embora.- Pedi com minha voz de choro, os três me olharam preocupados e ele se levantou, saindo sem falar nada.

Beatriz: Desculpa por deixar ele ficar.- Falou assim que ele saiu.- É que todo mundo sabe que ele fica mal depois de ver o pai...

Lari: Não é sua culpa.- Me sentei na cama colocando a mão no rosto e o Marcos me abraçou.

Marcos: Eu não sei o que rolou, pelo visto nem vou saber da fofoca.- Falou com o queixo apoiado na minha cabeça.- Mas bagulho de chorar menor, qual foi. Trouxe até chocolate e tu fica chorando?

Beatriz: Acho melhor você ir embora também.- Eu engoli o choro respirando fundo e me soltei dele.

Lari: Tá tudo bem, ele trouxe chocolate.- Falei abrindo a barra e mordendo enquanto soltava o ar.

Marcos riu passando a mão no meu rosto e sentou no chão, eu me arrastei pro outro lado e a gente começou a brincar só nós três mesmo. Pouco tempo até meu sorriso aparecer e eu me sentir melhor, mas eram quase três da manhã quando eu fui dormir.

Quando acordei fiz toda minha rotina e cheguei pontual como sempre, acompanhei o menino Heitor a escola e quando voltei, fui limpar o quarto dele, bem tranquila com meus fones de ouvido, cantarolando bem baixinho enquanto passava pano no chão, mas ao sentir alguém tocando em mim eu quase gritei.

Lari: Que susto.- Olhei pro Henrique sorriu e eu me afastei, tirando os fones.- O senhor tá procurando o Heitor? Hoje é sexta, ele foi pra escola.

Henrique: Achei quem eu tava procurando mesmo.- Sorriu e eu continuei com a minha carinha neutra.

Lari: Se o senhor precisa de algo tem que ir atrás do Júnior, que é o faz de tudo da casa. Eu só posso ajudar em coisas relacionadas ao Heitor.- Ele me encarou.

Henrique: Aconteceu algo pra você tá me tratando assim? Já falei que não precisa me chamar de senhor e nem dessa formalidade. O bandido de ontem te ameaçou? Aliás, o que ele é seu?

Lari: Senhor Henrique, por ser filho dos meus chefes, o senhor se encaixa como mais um dos meus patrões.- Falei encarando ele que sorriu.- Então, a nossa relação é apenas sobre o Heitor e qualquer dúvida de horário ou algo sobre ele, fora isso, infelizmente não posso te ajudar.

Henrique: Qual é, Lari.- Falou rindo e segurou meu rosto.- Aconteceu alguma coisa?

Lari: Vou falar na minha língua, pela última vez.- Falei cansada daquele diálogo.- Obrigado pelas caronas, agradeço de coração. Desculpa por ontem e pela grosseria do meu amigo, mas prefiro que a gente não ultrapasse o limite, que como eu já disse, nossa relação é apenas sobre o Heitor.

Henrique: Então quer dizer que você é amiga do dono do morro? - Fui colocar meu fone novamente pra ignorar ele e ele segurou minhas mãos.

Leandro: Tô vendo que já conheceu a Larissa, pelo visto...- O pai do Heitor, meu patrão apareceu no quarto olhando pra gente e eu me soltei do Henrique.- Deixa a Larissa trabalhar sozinha, Henrique.

Henrique: Só tava trocando um papo com a garota, pelo menos você colocou uma boa pessoa pra cuidar do meu irmão já que sua mulher é ocupada demais pra isso.- Eu fiquei olhando pros dois.

Leandro: Ele te incomodou muito, Larissa? - Eu sorri fraco negando.- Vamos que temos assuntos a se tratar.

O Leandro saiu puxando o Henrique e eu me senti em paz novamente, colocando meus fones.

O Leandro além de ser um ótimo pai, mesmo trabalhando muito, era super legal comigo, me dava vários agrados em dinheiro e tratava todos os funcionários bem, o que era total oposto da esposa.

Mas aproveitei a deixa pra terminar minhas coisas, fui buscar o Heitor junto com o motorista, quando a gente voltou a casa já estava sem o pai e o irmão dele. Ele tomou banho, almoçou e a gente ficou brincando até dar a hora da natação, então ele se aprontou e eu fui acompanhar ele.

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now