Crime Perfeito

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Larissa 🧿

Passei a noite em claro, Beatriz dormia em sua cama e o Heitor dormia abraçado comigo. Levantei mais cedo que o sol, tomei um banho e desci pra fazer o café, fiz a comida bem tranquila e me sentei pra tomar, enquanto olhava pro nada em silêncio.

Maria: Bom dia.- Falou descendo as escadas e eu sorri.- Acordou inspirada.

Lari: Nem dormi.- Fiz careta.- Vai sair?

Maria: Vou sim, sair pra fazer as compras de casa.- Eu olhei pra ele preocupada.

Lari: Nossa mãe, não tô ajudando em nada né.- Passei a mão na testa.- Tenho que arrumar um emprego.

Maria: Eu tô tirando uns trocados ajudando a Sandra, relaxa.- Beijou minha cabeça.

Lari: De qualquer jeito, tenho que arrumar um trabalho.- Fiz careta.

Maria: Você tem que ir atrás da escola do menino Heitor, não esquece.- Sorri sem graça. 

Lari: Eu nem sei se ele vai ficar comigo. O pai dele resolveu vim atrás agora, o Heitor sempre foi muito apegado ao pai, não duvido que ele vai querer voltar.

Maria: E infelizmente essa escolha é totalmente dele...- Confirmei.- Mas independente de qual seja, ele não vai te largar de mão.

Respirei fundo fazendo bico e ela se sentou pra comer, coloquei as coisas dela e logo a Beatriz desceu com cara de sono, desejou bom dia e eu me calei, subindo pro quarto e pegando meu celular, respondi o Gabriel que era a única pessoa na qual falava comigo atualmente, e foi assim que eu percebi que não tinha amigos.

Brigada com a Beatriz, com o 2k, quem eu iria chamar pra sair comigo quando não quisesse sair com o meu namorado? Me sentei na cama mandando um áudio demonstrando minha indignação pro neguinho que demorou um pouco  pra responder mas logo respondeu com várias mensagens me dando dicas.

Eu acabei cochilando por estar deitada e quando acordei era dez da manhã, acordei o Heitor também e ele resmungou bravo, mas ele foi tomar banho e quando voltou, eu ajudei ele a se arrumar enquanto ele tava todo chatinho porque eu acordei ele.

Lari: O que você quer comer no almoço? - Falei atenciosa.

Heitor: Macarronada.- Sorriu.- Isso, eu quero.

Lari: Ótimo, então vamos comer macarronada.- Comemorei e sorri.

Heitor fez um bico beijando meu rosto e eu sorri morrendo de amor, deixei ele na sala brincando e eu tomei um banho, coloquei uma roupa bem confortável e quando tava terminando de passar perfume a Beatriz entrou no quarto.

Beatriz: Vou fazer o almoço hoje, tá? - Nem olhei pra ela.

Lari: O Heitor quer comer macarronada, pode deixar que eu faço.

Beatriz: Eu sei, ele falou todo animado lá. De qualquer forma, eu faço a comida, pode ser? - Confirmei com a cabeça e ela continuou me olhando ali.- Tu ainda tá bolada comigo?

Lari: Estou.- Amarei meu cabelo e fui sair mas ela tava na porta.

Beatriz: Desculpa por me exaltar contigo, mas é chato falar e parecer que ninguém tá me escutando.- Balancei a cabeça.- Desculpa por ter citado a sua mãe também, ignorei os limites.

Lari: Tá bom...- Murmurei.

Beatriz: E o Lucas tá muito bolado contigo.- Parei pra escutar.- De verdade, ele tá mal por isso. Tanto por se afastar, quando por você ter desconfiado.

Lari: Eu sei, eu tô me sentindo péssima. Mas eu não sei nem o que fazer mais, ele nem me escuta.- Falei chateada comigo mesma.

Beatriz: Da um tempo, eu precisei dar um tempo pra ele assimilar as coisas e poder me escutar. Ele ama você, só tá muito magoado.- Sorriu fraco e meu celular tocou.

Voltei pra pegar o mesmo em cima da cama e era o meu namorado, atendi e fui descendo, vendo a Beatriz que já estava na cozinha.

Neguinho: Leandro tá subindo o morro, tá vindo pra boca.- Meu coração gelou.- Traz o menor.

Lari: Desce com ele pra cá, o Heitor nem almoçou ainda.- Olhei pro Heitor que brincava.

Neguinho: Tem certeza?

Lari: Sim.- Falei baixo e ele desligou.

Arqueei a sobrancelha e no meio disso tudo, senti o Gabriel distante de mim também. Respirei fundo e fui ajudar a Beatriz, questão de 15 minutos e o Neguinho chegou, eu queria que ele estivesse entrando por essa porta com o 2k, mas era com o pai do Heitor.

Que, o mesmo assim que viu o pai correu pra abraçar ele. Ficou animado e muito feliz, o Heitor amava o pai porque era o único daquela casa, fora o Henrique, que cuidava bem dele.

Eu sabia isso, meu coração iria ficar em paz se o Leandro cuidasse dele porque ele realmente era um pai incrível, mas eu iria morrer de saudades.

Leandro: Que confusão ein.- Falou beijando a cabeça do filho e me olhou.- Oi, Larissa.

Lari: Oi, Leandro.- Sorri fraco.

Beatriz: Em cinco minutos o almoço fica pronto.- Falou sentado na cadeira e pegando o celular.

Leandro: Não pretendo ficar, obrigado.- Sorriu e se agachou.- Vamos pra casa, filho?

Lari: Desculpa a intromissão, mas nesse tempo que a vida do seu filho tava em risco, aonde você estava? - Neguinho me encarou.

Leandro: Trabalhando, Nova York. As notícias que eu tinha era que o Heitor estava muito feliz com o irmão dele.- Sorri debochada e ele me encarou.- Não que seja da sua conta, até porque o filho é meu.

Beatriz: E se não fosse minha irmã e o meu cunhado, ele não estaria aqui agora. Te manca, deveria era agradecer.- Se intrometeu.

Leandro: De qualquer jeito, obrigada.- Olhou novamente pro Heitor.- Vamos pra casa filho? Eu to com saudades.

Heitor: Sim! - Falou animado comemorando e meu coração se partiu aos poucos.- Eu ganhei um brincado muito irado do meu irmão Gabriel, olha.

Me sentei no sofá enquanto o Heitor falava intensamente daquele brinquedo e Gabriel veio pro meu lado, me abraçou beijando meu rosto e eu empurrei ele levemente quando o Heitor veio falar comigo.

Heitor: Olha, tia Lari. Eu vou mas eu sempre volto, certo? - Colocou a mãozinha no meu rosto.- Não precisa ficar triste, eu gosto daqui também.

Leandro: Se você quiser, claro, ele pode vim aqui sempre que você ligar.- Me olhou.- Afinal, o irmão dele mora aqui.

Lari: Promete? - Estiquei minha mão e a criança segurou prontamente.

Heitor: Prometo! - Piscou.- Mas eu quero comer a macarronada ainda, tia.

Beatriz: E quem disse que você iria sair daqui sem comer? - Ele comemorou.

Lari: Eu vou arrumar as coisas dele.- Falei me levantando.

Leandro: Não precisa, você pode deixar aí pra quando ele vim...- Eu balancei a cabeça.

Fiquei calada e me sentei na mesa com a Beatriz que mexia no celular, Neguinho saiu dizendo que nao ia da pra ficar porque tinha corre pra fazer, quando minha mãe chegou, a gente já tava almoçando. Mas só pela minha cara ela já notou o que rolou, de qualquer forma, foi toda simpática com o Leandro, o que me fez sorrir fraco.